A polícia francesa anda há muito atrás dos carros e motos que poluem acima da média, em sonoridade, uma vez que já em 2019 instalou os primeiros equipamentos que analisavam o roncar dos motores de combustão. É certo que, para muitos, o cantar de um V8 ou V12 da Ferrari é uma verdadeira sinfonia que nunca incomoda. Mas, para muitos outros, que estão a dormir ou a tentar fazer-se ouvir nas hoje muito habituais videoconferências, é um ruído perfeitamente desnecessário.

Da fase experimental de 2019, exclusiva para a cidade de Paris e que nunca emitiu qualquer multa, a polícia começou já a alargar a área coberta a cidades como Lion e Nice. O sistema de radar para ruído tem agora de provar a sua eficácia, pois só assim será permitida a emissão automática de multas, o que deverá começar a acontecer no final de 2022.

O equipamento de medição em causa exibe um aspecto que faz lembrar uma nave espacial, composto por uma câmara de vídeo a 360º, um microfone central e três periféricos, todos eles direccionais e capazes de medir o nível de ruído, bem como definindo com precisão a sua origem. O software faz o resto, recorrendo à imagem para identificar a matrícula do veículo barulhento, emitindo depois a multa correspondente.

Os condutores de motos serão os maiores contribuintes para os cofres do Estado, pela facilidade e baixo custo com que se podem alterar os sistemas de escape, mas há muitos automóveis que deverão sentir algumas dificuldades em respeitar os limites legais de ruído e não estamos a referir-nos apenas aos carros mais velhos ou com panelas de escape danificadas. Essencialmente porque os novos radares vão determinar o ruído emitido em condições reais e não as utilizadas durante os testes de homologação, que alguns modelos conseguem contornar com a ajuda de válvulas que mudam o perfil do sistema de escape e modulam o nível de ruído.

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