O presidente do CDS-PP defendeu esta quarta-feira que o primeiro-ministro e secretário-geral do PS deve pedir desculpa aos empresários na sequência das declarações sobre a refinaria de Matosinhos e acusou António Costa de “contraditório” e “cacofonia”.

“Vocês conhecem aquele adágio popular que diz que quem conta um conta acrescenta um ponto, e António Costa tem acrescentado vários pontos a este conto e todos eles são maus. E eu quero acrescentar apenas um, é um ponto final e que peça desculpa aos nossos empresários em Portugal”, salientou.

Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas à margem de uma arruada na Amadora, distrito de Lisboa, com a candidata Suzana Garcia, cabeça de lista à câmara municipal pela coligação “Dar voz à Amadora”, que junta PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PDR.

Na ocasião, o líder foi questionado sobre o artigo que António Costa assina esta quarta-feira no jornal Público, no qual explica que “a pretendida lição à Galp não é mais do que a utilização do Fundo de Transição Justa e a aplicação da legislação para proteção dos trabalhadores e do futuro do território de Matosinhos.

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“Em maio o senhor primeiro-ministro referia-se ao encerramento da refinaria de Matosinhos dizendo que era um grande exemplo na aposta nos desafios ambientais, três meses depois vem armar-se em papão dos empresários, prometendo castigá-los dando-lhes uma lição exemplar, quando o seu papel de primeiro-ministro deve ser precisamente o contrário, é facilitar a vida dos empresários”, defendeu.

Na sua ótica, isso faz-se “diminuindo impostos, burocracia, custos de contexto, para que eles possam cumprir a sua missão, que é criar riqueza e gerar postos de trabalho”.

Questionado se existe contradição nas palavras de António Costa, Francisco Rodrigues salientou que “está escrito, foi a própria comunicação social que reproduziu as suas declarações”.

“Isto é um contraditório, uma cacofonia e parece que há o senhor contente e o senhor feliz”, criticou.

“O senhor contente vem dizer que está satisfeitíssimo com o encerramento da refinaria de Matosinhos porque é uma grande aposta nos desafios ambientais, depois o senhor feliz vem dizer que afinal temos que ter muita atenção às pessoas que foram despedidas, quando há uns meses atrás não revelou qualquer tipo de sensibilidade para com o problema”, acrescentou o presidente do CDS.

Francisco Rodrigues dos Santos deixou também um conselho ao chefe do executivo: “dedique-se à gestão das empresas que são públicas, por exemplo a TAP tem tido uma gestão verdadeiramente ruinosa, o que demonstra que este Governo socialista, como se tem visto, de economia não percebe nada”.

No texto no Público, António Costa afirmou que não há contradição entre as críticas que fez encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos e o que disse enquanto primeiro-ministro em Maio aquando da Cimeira Social no Porto.

No domingo, falando num comício em Matosinhos, o secretário-geral do PS, António Costa, considerou que “era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade” como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma “lição exemplar” à empresa.