Não deixa de ser curioso que alguém como Sebastian Vettel, que no seu local de trabalho passa a vida a mais de 300 km/h, venha a público bater-se por uma imposição do limite de velocidade em auto-estrada. Isto na Alemanha, país que se orgulha em permitir que os condutores se possam deslocar em alguns locais – com menos trânsito e menos sinuosos – à velocidade que os seus veículos possam atingir, ou que a sua consciência e bom senso aconselhem. Mas é exactamente isso que defende o piloto da Aston Martin na F1.

A existência ou não de limite de velocidade é um tema recorrente na Alemanha, com os fabricantes dos veículos mais potentes a pretender manter esta situação, com a qual concordam muitos dos seus clientes. Argumentam uns e outros que não há mais acidentes, nem mais mortos, nos troços sem limite de velocidade. Mas agora o argumento a favor do limite é outro.

Apoiante do partido alemão Os Verdes, que nas eleições conquistou 14,8% dos votos, Vettel é apologista que a velocidade elevada na auto-estrada não contribuirá para a redução dos acidentes, mas decididamente provoca um maior consumo de combustível, o que por tabela implica um incremento das emissões. O piloto germânico afirma mesmo que estabelecer um limite de velocidade ajudaria a reduzir a emissão de dois milhões de toneladas da atmosfera.

Parecendo ignorar que o desporto que pratica incita ao culto pela velocidade junto dos seus fãs, Vettel dá a entender que um condutor não se sente mais livre ao circular nas auto-estradas sem limite alemãs do que nas vias similares na Turquia, EUA ou Reino Unido, países onde esses limites são impostos.

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