O Kremlin afirmou esta sexta-feira que vai continuar a fornecer gás natural à Europa e que não foi consultado pelo Presidente da Bielorrússia antes de este ameaçar cortar esse fornecimento, fechando as vávlulas de um grande gasoduto que passa em seu território.
Em declarações aos jornalistas, um porta-voz do governo russo reiterou que “a confiabilidade do país enquanto fornecedor e parceiro contratual não pode ser posta em causa”.
“Relembro que o Presidente Putin mantém a posição de cumprir as suas obrigações contratuais. A Bielorrússia é nossa aliada, mas é um Estado soberano”, disse Dmitry Peskov, citado pela agência Reuters.
A Rússia é um dos principais exportadores de gás natural para a Europa, através de um gasoduto que vai desde a península do Yamal até Alemanha e Polónia, passando pela Bielorrússia.
Esta quinta-feira o presidente bielorrusso ameaçou cortar o fluxo de gás natural da Rússia para a Europa, numa medida de retaliação contra novas sanções impostas pela União Europeia.
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Os europeus acusam Minsk de atrair milhares de migrantes, em grande parte vindos da Síria e Iraque e Afeganistão, facilitando-lhes a entrada no país e conduzindo-os até às fronteiras com países como a Polónia. Milhares de pessoas tentam assim entrar na Europa através destes países, que lhes estão a fechar as portas, deixando-os retidos nas fronteiras, sem condições.
A Guarda Fronteiriça da Polónia registou cerca de 32 mil tentativas de entrada no país através da Bielorrússia desde o início do ano, que têm vindo a aumentar nos últimos meses: quase 17.300 em outubro, cerca de 7.700 em setembro e mais de 3.500 em agosto.
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A tensão militar entre os dois países tem vindo também a aumentar, sendo que a Polónia já enviou 12 mil militares para o território até outubro. Recentemente foram avistados bombardeiros russos a sobrevoar o espaço aéreo na fronteira.
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