Uma mesquita na região de Oise, no norte de França, foi encerrada por causa dos sermões do imã, considerados radicais e em “defesa da jihad”.

As autoridades locais dizem que a mesquita da cidade de Beauvais vai ficar fechada durante seis meses. De acordo com a BBC, o autarca de Oise garante que os sermões referiam-se aos combatentes jihadistas como “heróis” e incitavam ao ódio e à violência.

França tem vindo a inspecionar locais de culto islâmicos suspeitos de terem ligações ao extremismo.

Há duas semanas, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, revelou ter dado início ao processo para encerrar a Grande Mesquita de Beauvais, 100 quilómetros a norte de Paris, porque o imã “visava cristãos, homossexuais e judeus” nos seus sermões. As autoridades deram 10 dias à mesquita para responder.

O imã em causa é um recém-convertido ao Islão, de acordo com a AFP. Um advogado da associação que gere a mesquita disse ao jornal Courrier Picard que os comentários em causa foram “tirados do contexto”. Segundo o advogado, o imã foi suspenso das suas funções.

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Ainda assim, o ministro do Interior francês garante que o homem, que “era apresentado como um orador ocasional mas na verdade atuava como imã regular”, defendeu “uma prática rigorosa do Islão” e “a sua superioridade às leis da República”.

No ano passado, Darmanin anunciou uma investigação a mesquitas com ligações extremistas, alertando que algumas poderiam ser encerradas se se confirmasse que encorajavam “separatismo”.

O anúncio surgiu em resposta à decapitação do professor Samuel Paty, e o esfaqueamento fatal de três pessoas numa catedral em Nice, em outubro de 2020, crimes imputados a extremistas islâmicos.

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O ministro do Interior diz ter investigado, nos últimos meses, cerca de 100 mesquitas e espaços de oração, de um total de mais de 2.620 em França.