A maioria conquistada pelo PS nas eleições legislativas abrem caminho a um período de maior estabilidade e deve permitir que Portugal se concentre na recuperação, considera a Oxford Economics.

“A inesperada vitória maioritária do Partido Socialista abre caminho para uma maior estabilidade política em Portugal”, assinala o economista-sénior da Oxford Economics, Ricardo Amaro, numa nota divulgada esta terça-feira.

Ricardo Amaro acredita que o resultado das eleições irá permitir “simplificar o processo de formação do governo”, bem como “acelerar a aprovação do Orçamento de 2022 e facilitar a implementação por parte de Portugal do Plano de Recuperação e Resiliência e o desbloqueio dos fundos da UE [União Europeia]”.

A Oxford Economics acredita ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) português está bem posicionado para crescer mais de 5% em 2022.

Na nota de análise aos resultados eleitorais, Ricardo Amaro destaca ainda que os investidores deverão saudar a vitória do primeiro-ministro António Costa, “dado o seu histórico na gestão das finanças públicas e compromisso com a sólida disciplina orçamental”.

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Para o economista, o resultado também oferece “uma oportunidade única para corrigir algumas das vulnerabilidades económicas de Portugal“, ainda que considere que o historial de Costa no que toca a reformas estruturais tem sido “desapontante”.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

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O PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 com os mandatos obtidos nas coligações da Madeira e dos Açores (com o CDS-PP nos dois casos e com o PPM nos Açores), enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

Os nomes de todos os deputados eleitos por partido

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

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A abstenção em território nacional desceu para os 42,04% depois de ter alcançado os 45,5% em 2019.