A Suécia decidiu dar um passo ainda mais à frente que os vizinhos Dinamarca e Finlândia, que eliminaram praticamente todas as restrições relacionadas com a Covid-19. “Diria que esta pandemia terminou”, declarou a ministra do país nórdico, Lena Hallengren, que indicou também que o vírus deixou de representar um perigo para a sociedade.

Praticamente todas as restrições relacionadas com a pandemia foram levantadas a partir desta quarta-feira. Assim sendo, deixa de haver lotações máximas em recintos fechados, sendo que nem sequer é necessário apresentar qualquer certificado que comprove a testagem ou a vacinação à entrada. Também nos restaurantes deixa de haver um número máximo de pessoas à mesa e o horário de encerramento foi alargado.

“Saudamos a vida que tínhamos antes”: Dinamarca deixa de considerar Covid-19 doença “crítica” e elimina restrições

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O teletrabalho também deixa de estar em vigor, bem como o ensino voltará à modalidade presencial. Contudo, mantêm-se em pé algumas recomendações. A primeira é que, em caso de sintomas, as pessoas devem ficar em casa; a segunda visa os não vacinados, que devem evitar recintos fechados e multidões.

“Podemos começar a voltar à normalidade“, disse Lena Hallengren, acrescentando que esta decisão se baseia em estudos e no facto de a variante Ómicron causar doença menos severa. No entanto, a ministra da Saúde sueca garante que o governo “vai continuar vigilante à evolução da pandemia”.

A acompanhar o fim de praticamente todas as medidas, está o término da testagem obrigatória para a generalidade da população. Sendo assim, em caso de sintomas, as pessoas deixam de ser testadas, tendo a recomendação de ficar em casa. Somente profissionais de saúde, funcionários de lares e pessoas mais vulneráveis que apresentem um quadro sintomático terão acesso a um teste PCR gratuito.

Na base desta decisão, está o facto de a testagem já não ser “justificável” e apresentar um elevado custo financeiro. Ter “uma testagem extensiva adaptada a todos os que têm Covid-19” implica um custo de 192 milhões de euros por mês, explicou a diretora do serviço nacional de saúde, Karin Tegmark Wisell, em entrevista à rádio SVT.

Finlândia levanta todas as restrições ligadas à Covid-19 a partir de terça-feira

No entanto, estas decisões do governo sueco não reúnem consenso. O professor de virologia da Universidade de Umea sinalizou à Reuters que o executivo devia ter tido “mais paciência” e esperar “pelo menos umas semanas” para aplicar as medidas. “Somos ricos o suficiente para continuar testar”, aludiu, vincando que a “doença ainda exerce uma forte pressão na sociedade”.

Esta quarta-feira, foram reportadas 114 mortes diárias resultantes da doença na Suécia. De acordo com os últimos dados, de 8 de fevereiro, reportaram-se 18.126 casos.