A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública vai fazer um plenário de sindicatos em 9 de março junto à sede da futura tutela governamental para exigir uma “negociação séria” das suas reivindicações, pois desconfia das intenções da maioria absoluta.

A estrutura sindical, que agrega mais de 30 sindicatos, divulgou quinta-feira a sua intenção em conferência de imprensa, após ter analisado o novo quadro político resultante das eleições legislativas de 30 de janeiro, que deram maioria absoluta ao Partido Socialista.

“Nós já tínhamos alertado os trabalhadores, antes das eleições, para um eventual cenário de maioria absoluta, que consideramos que não é favorável nem aos trabalhadores, nem aos serviços públicos”, disse à agência Lusa o coordenador da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Sebastião Santana.

O sindicalista manifestou ainda preocupação quanto à forma como será aplicado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na Administração Pública.

“Tememos que continuem a não ser dadas respostas aos problemas dos trabalhadores e, assim, terá de ser a luta dos trabalhadores a conseguir essas respostas”, disse Sebastião Santana.

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Por isso, a Frente Comum agendou já um plenário de sindicatos para 9 de março, aguardando apenas a formação do novo Governo para saber quem será o governante responsável pela Administração Pública.

O plenário irá realizar-se junto ao edifício onde funcionar o gabinete desse responsável e no final será entregue a proposta reivindicativa da Frente Comum e um pedido de reunião.

Não vamos alterar nada na nossa proposta reivindicativa que entregámos ao Governo antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado, porque não obtivemos resposta a nada e agora exigimos uma negociação séria”, afirmou o coordenador da estrutura sindical.

Segundo Sebastião Santana, o objetivo é insistir no diálogo com o Governo, sob pena de os trabalhadores terem de continuar a lutar por melhores condições de vida e de trabalho.

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública aprovou no final de setembro o caderno reivindicativo para 2022, exigindo aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores da função pública e um salário mínimo de 850 euros.

A “Proposta Reivindicativa Comum” defende também a correção da Tabela Remuneratória Única da função pública, a atualização do subsídio de refeição para 7,50 euros, o descongelamento efetivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias, com a contabilização de todo o tempo de serviço e a revogação do atual sistema de avaliação (SIADAP) e sua substituição por um sistema de avaliação sem quotas, que valorize os trabalhadores.

O Governo aplicou em janeiro uma atualização salarial de 0,9% aos funcionários públicos.