A Ucrânia pediu ao Ocidente “armas ofensivas” ao abrigo de um programa especial, numa altura em que os líderes ocidentais vão discutir a guerra provocada pela Rússia em cimeiras da NATO, da União Europeia e do G7.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai participar na reunião extraordinária de líderes da NATO, na quinta-feira, no mesmo dia das cimeiras da UE e do G7, o grupo dos sete países mais industrializados (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), atualmente sob presidência alemã.

As nossas forças armadas e os nossos cidadãos estão a resistir com coragem sobre-humana, mas não podemos ganhar uma guerra sem armas ofensivas, sem mísseis de médio alcance, que podem ser dissuasores”, disse o chefe de gabinete do Presidente da Ucrânia, Andriy Yermak, citado pela agência francesa AFP.

Num vídeo que divulgou na rede social Telegram, na terça-feira à noite, Yermak sugeriu que os países ocidentais fornecessem armas à Ucrânia ao abrigo de um programa idêntico ao que foi criado pelos Estados Unidos no início da Segunda Guerra Mundial (1939-435) para ajudar militarmente os países aliados, denominado “Lend-Lease”.

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“Sem um programa como o ‘Lend-Lease’, só nos podemos defender”, argumentou.

“É impossível defendermo-nos eficazmente durante muito tempo sem um sistema fiável de defesa aérea capaz de abater mísseis inimigos de longo alcance”, disse Yermak.

O chefe de gabinete de Zelensky lamentou que o Ocidente tenha até agora recusado sistematicamente intervir militarmente na Ucrânia, incluindo com a interdição do espaço aéreo ucraniano, por medo de alargar o conflito com a Rússia.

“Este medo de escalada é compreensível, mas não vai ajudar”, disse Yermak.