O ator americano Matthew McConaughey esteve, esta terça-feira, na Casa Branca para pedir ao Congresso que aprove legislação sobre controlo de armas, tendo como base o o tiroteio de dia 24 de maio que provocou 21 vítimas mortais — 19 crianças e dois professores- na sua terra natal de Uvalde, no Texas.

“Queremos escolas protegidas e seguras e queremos leis das armas que não tornem tão fácil aos tipos maus obterem as malditas armas”, disse o ator oscarizado num discurso de 22 minutos na Casa Branca.

Emocionado, o ator, ele próprio proprietário de armas, contou que a sua mãe foi educadora num jardim de infância a menos de dois quilómetros da escola onde ocorreu o massacre e sublinhou que foi naquela pequena cidade do Texas que aprendeu a responsabilidade que advém da posse de armas. “Uvalde foi onde aprendi a reverenciar o poder e a capacidade da ferramenta que chamamos de arma. Uvalde foi onde aprendi sobre a posse responsável de armas”, disse sem responder a perguntas.

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O ator contou ainda as histórias pessoais de algumas das vítimas, mostrando as obras de arte de Alithia Ramirez, que sonhava frequentar uma escola de artes em Paris, ou os ténis verdes de Maite Rodriguez, que queria ser bióloga marinha e desenhara um coração na ponta de um dos seus ténis preferidos para mostrar o seu amor pela natureza. Foram estes que permitiram identificar o corpo da menina após o tiroteio, face à gravidade dos ferimentos.

McConaughey reconheceu que uma melhor legislação sobre armas não porá fim a tiroteios em massa, mas defendeu que há medidas que podem ajudar a reduzir as probabilidades de estes acontecimentos se repetirem com tanta frequência. “Precisamos de investir em saúde mental. Precisamos de escolas mais seguras. Temos de restringir a cobertura mediática sensacionalista. Precisamos de restaurar os nossos valores familiares. Temos de restaurar os nossos valores americanos e precisamos de posse de armas responsável”, frisou.

Acompanhado pela esposa Camila Alves, passou tempo junto das famílias das vítimas e revelou que todos os pais com quem falou exprimiram o desejo de que “os sonhos dos seus filhos persistam”. “Eles querem que a perda das suas vidas seja importante”, finalizou.

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