O Kremlin rejeitou esta sexta-feira ter qualquer relação com as crises políticas desencadeadas em alguns países europeus, como Itália ou Reino Unido. Isto depois de Dmitry Medvedev, antigo Presidente russo e aliado de Putin, sugere que a renúncia de Johnson e Draghi (esta última sem consequências para já) não pode ser separada da guerra na Ucrânia.
“Este é um assunto interno destes países, não vamos interferir de forma alguma e não temos relação com isso”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.
Quando questionado sobre a situação política em Itália e no Reino Unido, Peskov sublinhou que não tinha “mais nada a acrescentar“.
O Presidente de Itália, Sergio Mattarella, recusou na quinta-feira a demissão do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e pediu-lhe para se apresentar no Parlamento na próxima quarta-feira e verificar se continua a garantir uma maioria para governar.
Draghi apresentou a sua demissão a Mattarella após um dos principiais parceiros da coligação, o Movimento Cinco Estrelas (M5S), ter indicado que não o apoiaria numa moção de confiança apresentada no Senado (câmara alta do parlamemto).
O M5S absteve-se na votação da moção, ao contrário dos restantes parceiros da heterogénea coligação que viabilizaram a moção de confiança, que obteve 172 votos a favor e 39 contra.
Já o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson demitiu-se a 7 de julho, na sequência da saída de mais de 50 membros do governo, que responsabilizaram o primeiro-ministro por uma série de escândalos, mas mantém-se em funções até à conclusão do processo.
O vencedor da eleição será, por conseguinte, convidado pela rainha Isabel II a formar governo, sem necessidade de eleições legislativas, pois o Partido Conservador possui uma maioria absoluta no parlamento.
Boris Johnson já foi. Draghi também quis sair. Russo Medvedev questiona: quem será o próximo?