Enquanto as forças russas estão a tentar fazer uma “mobilização massiva” de tropas nas regiões de Kherson, Melitopol e Zaporíjia, a Ucrânia parece estar a lançar uma contra-ofensiva para recuperar os territórios ocupados. Face à iniciativa, os civis estão a ser aconselhados a partir, mas ainda é possível ver sinais de resistência.
Pela cidade de Kherson têm surgido, desde o início da invasão, vários cartazes que se manifestam contra a ocupação russa. Num dos mais recentes, escrito em russo, pode ler-se: “Invasores, saiam agora ou estes HIMARS vão ajudar-vos”. E num outro: “Este HIMARS está pronto para o novo ataque”.
As imagens foram divulgadas no Twitter pela Ukraine World, um projeto multimédia dirigido pela Internews Ukraine que está a cobrir a invasão russa.
Our regular segment: placards which Ukrainian resistance in Kherson pur up. The ones on the photos can be translated this way:
«Occupant, leave, or HIMARS will help you [to leave]»
«This HIMARS is ripe for the new strike»#UkraineWillWin #StopRussia pic.twitter.com/QzmlBSMx5h
— UkraineWorld (@ukraine_world) July 27, 2022
A referência diz respeito aos HIMARS, os mísseis de maior alcance enviados pelos Estados Unidos para a Ucrânia. As armas têm sido alvo de destaque nos últimos tempos e já deram origem a uma música. Um alto funcionário da Defesa norte-americana disse até ao The Guardian que estes sistemas vão “igualar o cenário” na Ucrânia ao trazer a capacidade de atacar a uma distância maior e com mais segurança.
Recentemente as forças ucranianas começaram a fazer alguns progressos na região. Na quarta-feira terão atingido a ponte Antonivskiy, que atravessa o rio Dnipro e tem uma importância estratégica para a Rússia, já que é uma das principais rotas de abastecimento. Com as notícias, os civis começam a mostrar-se esperançosos do fim do controlo russo.
“Os russos marchavam como se fosse a terra deles, mas aposto que isso não vai ser por muito mais tempo. A Ucrânia está a voltar”, disse ao The Telegraph Alexander Smurikov, um jovem de 22 anos que acabou por partir da cidade com a família.
Já Liza, de 26 anos, descreve a cidade como um lugar em que “ninguém é feliz” com a ocupação, mas onde, apesar de tudo, continuam a resistir.
“Estou verdadeiramente feliz que os soldados ucranianos estejam perto. É muito assustadora a possibilidade de haver vítimas e estragos. Mas gostava muito de ver os nossos maravilhosos soldados na nossa cidade o mais cedo possível”, afirmou.