Um tribunal de Moscovo multou esta quarta-feira o jornal independente russo Nóvaya Gazeta em 350.000 rublos (cerca de 5.619 de euros) por disseminar “notícias falsas” e “abusar da liberdade de imprensa“.
O jornal russo foi sancionado por violar a lei sobre o “abuso da liberdade de imprensa”, disse o tribunal à agência de notícias russa TASS.
A lei penaliza “a divulgação de informações falsas de importância social apresentadas como notícias confiáveis que gerem ameaça à vida ou à saúde dos cidadãos, ou gerem ameaças à ordem pública”.
O jornal, que lançou a sua primeira tiragem de 1.000 exemplares em 01 de abril de 1993, foi forçado no final de março a suspender a sua publicação em papel e digital “até ao fim da operação especial no território da Ucrânia” iniciada em 24 de fevereiro.
O Nóvaya Gazeta deixou de noticiar a campanha militar russa após a aprovação de uma lei que pune com multas graves e até 15 anos de prisão a divulgação de “informações falsas” sobre o exército russo.
Dmitri Murátov, reeleito diretor do jornal em novembro de 2021 e considerado o patriarca da imprensa livre na Rússia, recebeu o Prémio Nobel da Paz no ano passado junto com a jornalista filipino-americana María Ressa.
Após o início da campanha militar na Ucrânia, as autoridades encerraram os outros dois meios de comunicação social mais críticos ao Kremlin: a rádio “Eco de Moscovo” e o canal de televisão “Dozhd”.