Depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA na sigla em inglês) ter publicado uma recomendação que permite a divisão de uma vacina contra o vírus Monkeypox em cinco doses, a Direção-Geral da Saúde (DGS) diz estar a estudar essa hipótese, em articulação com o Infarmed e com a comissão técnica de vacinação. Espanha, por exemplo, aprovou a medida esta segunda-feira.

De acordo com a informação da DGS, as várias entidades estão a “analisar e a avaliar as condições de operacionalização/disponibilização e equidade na gestão da reserva limitada de vacinas”. Neste momento, a vacinação engloba os contactos próximos de pessoas a quem foi detetada a presença do vírus Monkeypox e, até ao dia 21 de agosto foram administradas 286 vacinas. E foram identificados 846 casos confirmados.

Monkeypox. Espanha adota vacinação que permite quintuplicar doses

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A DGS alerta, no entanto, que a avaliação e análise que está a fazer neste momento “abrange aspetos técnicos e logísticos” e, além disso, esta decisão depende “da autorização de utilização excecional e capacitação de profissionais de saúde” para administrar as doses mais reduzidas da vacina.

Face à escassez de vacinas, e com o objetivo de permitir que sejam vacinadas mais pessoas, a EMA emitiu, na semana passada, um parecer positivo à divisão da vacina em cinco doses e, consequentemente à alteração da forma como é administrada.

A entidade reguladora europeia fez o seguinte ensaio clínico a 500 pessoas: vacinou pessoas por via intradérmica — entre a derme e a epiderme, um método utilizado normalmente para administração de medicamentos ou para fazer testes cutâneos de alergias — com um quinto da dose da vacina e outras pessoas por via subcutânea — administração normal — com a dose total. No final, verificou-se que foram produzidos, nos dois casos, “níveis de anticorpos semelhantes aos que receberam a dose subcutânea mais elevada”.

Caso a DGS opte por seguir a recomendação da EMA, é necessário ter em conta que a administração da vacina por via intradérmica terá outros efeitos secundários, como dor no local onde foi administrada a vacina, ou vermelhidão.