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O primeiro-ministro húngaro, o ultra-nacionalista Viktor Orban, quer que as sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia sejam levantadas até dezembro e vai organizar uma “consulta nacional” sobre o assunto.

Numa reunião interna do partido Fidesz, no poder, o líder húngaro pediu aos militantes “para que façam tudo o que for possível para garantir que a Europa levante as sanções o mais tardar no final do ano”, escreveu esta quinta-feira o jornal pró-governo Magyar Nemzet, informação que o governo “confirmou” à France-Presse.

Orbán é o único aliado que resta ao Presidente russo, Vladimir Putin, na União Europeia (UE) e, embora a Hungria tenha aderido às sanções, obteve uma isenção para o petróleo transportado por oleoduto, negociou com a gigante russa Gazprom entregas adicionais, tem criticado repetidamente o impacto na economia europeia e recusou-se a apoiar militarmente a Ucrânia.

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Ao mesmo tempo, o Fidesz anunciou o lançamento de uma consulta pública, um método usado desde 2015 para denunciar, por exemplo, a política de migrações da UE.

O questionário pretende dar aos húngaros “a oportunidade de expressarem a sua opinião sobre o assunto”, disse aos jornalistas Mate Kocsis, líder do grupo parlamentar do partido. “Não é normal que as sanções só sejam decididas pela elite de Bruxelas”, afirmou.

O jornal, que tem uma linha pró-Fidesz, adianta que Orbán disse na reunião que as sanções se tornaram “uma guerra económica global” e que o conflito iria durar pelo menos até ao próximo ano.

Orbán disse que, sem as sanções, a União Europeia poderia recuperar e evitar uma recessão futura, notando que a punição económica prejudica mais a Europa do que a Rússia.

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As novas críticas a Budapeste surgem quando os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se reuniram esta quinta-feira, à margem da Assembleia Geral da ONU, para considerar sanções adicionais face à “última escalada” de Moscovo.

O Presidente Putin, que lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro que ainda perdura, anunciou esta semana a mobilização de centenas de milhares de reservistas e as autoridades pró-russas a organização de referendos nos territórios ucranianos ocupados por tropas de Moscovo para decidirem se querem a anexação à Rússia.