O Conselho da União Europeia (UE) adotou esta segunda-feira sanções contra os responsáveis iranianos, incluindo a chamada política da moralidade, na sequência da detenção e morte da jovem Mahsa Amini, pelo uso incorreto do véu islâmico.
A lista de sanções, publicada no Jornal Oficial da UE, inclui onze responsáveis iranianos, entre os quais o ministro da Informação, Iça Zarepour, que fica impossibilitado de entrar no bloco europeu e os seus bens serão congelados, bem como quatro entidades, como a polícia de moralidade do Irão.
O chefe da polícia da moralidade, Mohammad Rostami e o chefe das forças policiais iranianas em Teerão, Hossein Rahimi, estão também entre as personalidades sancionadas.
O Irão tem sido palco de protestos desde que Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, morreu a 16 de setembro depois de ter sido presa em Teerão pela chamada Polícia de Moralidade por ter alegadamente violado um código de vestuário que exige que as mulheres usem o hijabe, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros.
Dezenas de pessoas foram mortas em quase um mês de protestos, sobretudo manifestantes, mas também elementos das forças de segurança, e centenas de outras foram detidas, de acordo com as autoridades iranianas.
A polícia de moralidade faz parte das forças policiais iranianas e constitui uma unidade policial especial que faz cumprir as regras rigorosas em matéria de vestuário aplicáveis às mulheres, nomeadamente o uso obrigatório de um lenço na cabeça.
Segundo a UE, a Polícia da Moralidade tem recorrido a força ilícita contra as mulheres por estas não cumprirem as leis iranianas respeitantes ao hijabe e a atos de violência sexual e baseada no género, prisões e detenções arbitrárias, violência excessiva e tortura.