O chamado Grupo Wagner terá enviado para o Parlamento Europeu uma marreta “ensanguentada” no dia em que em Estrasburgo se iniciaram os procedimentos para classificar o grupo como uma organização terrorista. Porém, até à tarde de quinta-feira, o artefacto – envolvido num estojo de violino – não tinha chegado ao Parlamento Europeu, e as fontes ouvidas pelo britânico The Telegraph dizem suspeitar que se trata de um golpe de propaganda.

A informação de que a marreta seria enviada para Estrasburgo surge num vídeo colocado na plataforma de comunicações Telegram. No curto vídeo aparece um advogado ligado ao Grupo Wagner, engravatado, que traz na mão um estojo de violino e o coloca em cima de uma mesa. É uma marreta polida, com o símbolo do Grupo Wagner e com tinta vermelha no punho, a simbolizar sangue.

As marretas tornaram-se um símbolo do grupo Wagner, uma organização de mercenários que estão a atuar na Ucrânia, sobretudo desde que foi posto a circular o vídeo da execução de um soldado russo que se tinha rendido aos ucranianos. Foi usada uma marreta nessa execução, num vídeo explícito que também foi difundido pelo Telegram e redes sociais.

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“Punição de um traidor.” Soldado russo é executado pelo Grupo Wagner com golpes de marreta na cabeça depois de se ter rendido aos ucranianos

Segundo o The Telegraph, Yevgeny Prigozhin, o fundador do Grupo Wagner (conhecido como “o cozinheiro de Putin”), emitiu um comunicado em que diz que a marreta seria enviada para Estrasburgo como “informação” para os eurodeputados do Parlamento Europeu, dizendo-se dececionado pelo facto de o grupo estar na iminência de poder ser considerado uma organização terrorista.

Dos cachorros-quentes aos mercenários Wagner. O cozinheiro de Putin ganha poder no Kremlin e o seu exército é ainda fundamental na guerra