O secretário-geral da ONU condenou “de forma veemente” o ataque a um helicóptero na República Democrática do Congo (RDC), em que um soldado sul-africano das forças de paz foi morto e outro gravemente ferido.

Num comunicado, António Guterres lembrou que “ataques contra forças de paz das Nações Unidas podem constituir um crime de guerra sob o direito internacional”.

O português pediu às autoridades congolesas “que investiguem este ato hediondo e levem rapidamente os responsáveis à Justiça”.

As Nações Unidas “continuarão a apoiar o governo congolês e o povo nos seus esforços para trazer paz e estabilidade ao leste do país”, garantiu o secretário-geral.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O helicóptero foi atacado no domingo, durante um voo para Goma, capital da província de Quivu do Norte, onde finalmente conseguiu aterrar.

Segundo Amadou Ba, porta-voz da Missão das Nações Unidas na RDC, a origem dos disparos ainda é desconhecida, bem como a sua localização precisa.

O ataque aconteceu um dia depois de uma reunião no Burundi entre vários chefes de estado da África Oriental, incluindo os presidentes da RDC e do Ruanda, países cujas relações estiveram tensas nos últimos meses.

A cimeira terminou com um apelo a um “cessar-fogo imediato de todas as partes” e à retirada de todos os grupos armados, “incluindo estrangeiros” no leste da RDC.

O conflito na província de Quivu do Norte opõe as forças governamentais ao movimento rebelde M23, que as autoridades congolesas acusam o Ruanda de apoiar.

A crise remonta ao conflito entre os grupos hutu e tutsi, que durante algum tempo foi mediado pelo regime angolano.

Em março do ano passado, o grupo M23 lançou uma ofensiva no Quivu do Norte contra as forças governamentais da RDC que obrigou à deslocação de dezenas de milhares de pessoas da região leste do país.