É um autêntico cenário de filme: no Chile, uma tentativa falhada de assalto, tendo como alvo um avião que transportava 32,5 milhões de dólares (cerca de 30,75 milhões de euros) em dinheiro vivo, acabou num tiroteio entre assaltantes e elementos da segurança do aeroporto, que matou duas pessoas.

O momento do tiroteio foi captado em vídeo, e as imagens estão a circular nas redes sociais, onde é possível ouvir o som de disparos no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, na capital chilena, Santiago.

As duas vítimas mortais são um dos assaltantes e um membro da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) chilena, membro da segurança do aeroporto. 

O jornal chileno El Dia identificou o suspeito como Maximiliano Antonio Concha Silva, um conhecido criminoso com extenso cadastro, que já esteve preso por crimes que vão desde assalto a homicídio, e que estava em liberdade condicional desde dezembro de 2020.

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O agente da DGAC também foi identificado: trata-se de Claudio Villar Rodríguez, de 45 anos, vigilante do aeroporto e bombeiro voluntário há mais de 20 anos.

“Um carregamento valioso aterrou a bordo de um avião LATAM com origem em Miami, e que seria transportado para a empresa de segurança Brinks, altura em que os sujeitos irromperam pela área dentro antes de serem parados por elementos de segurança”, explicou um procurador encarregue de investigar o caso.

O tiroteio ocorreu em plena pista do aeroporto, retendo vários aviões de passageiros em terra. Segundo a Reuters, o diretor geral da DGAC garantiu que o incidente não colocou em perigo nenhum passageiro, revelando ainda que o grupo fazia uso de “armas de alto calibre” para roubar o dinheiro. O ministro adjunto do Interior explicou que os assaltantes, cerca de uma dúzia, entraram no aeroporto em três carros diferentes, após terem atado um guarda.

“Houve uma troca intensa de tiros”, explicou Manuel Monsalve, que descreveu o grupo de assaltantes como “muito bem organizado e armado”, e elogiou o trabalho das forças de segurança.

O caso está a chamar a atenção das autoridades chilenas para o aumento de incidentes ligados ao crime organizado no país. Além disso, figuras da política chilena já vieram criticar a falta de medidas de segurança no aeroporto, que têm vindo a ser rotuladas de “insuficientes”, com o próprio presidente chileno Gabriel Boric a reconhecer que “a segurança é um problema e, onde há insegurança, tudo o resto vacila”.

Até porque o aeroporto Arturo Merino Benítez já foi visado por mais de uma vez nos últimos tempos: em 2017, um grupo altamente armado conseguiu roubar 18 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de euros); já em 2020, um assalto semelhante a um camião blindado resultou no roubo de 15 milhões de dólares (cerca de 14 milhões de euros).