O Japão assinalou este sábado o 12.º aniversário os desastres de 11 de Março de 2011, quando um dos sismos mais fortes jamais registados no mundo desencadeou um tsunami mortal, levando ao desastre nuclear de Fukushima.
Como todos os anos, foi observado um minuto de silêncio no país às 14h46 (05h46 em Lisboa), a marcar a altura em que, há 12 anos, um sismo de magnitude 9 na escala de Richter abalou todo o arquipélago.
Com epicentro no oceano Pacífico, ao largo da costa nordeste do Japão, o abalo desencadeou um tsunami, principal causa da morte ou desaparecimento de quase 18.500 pessoas.
As ondas inundaram a central de Fukushima Daiichi, onde os núcleos de três dos seis reatores derreteram, forçando à retirada de dezenas de milhares de pessoas. Localidades inteiras ficaram na zona de exclusão e inabitadas durante anos.
Mais de 1.650 quilómetros quadrados (km2) da província de Fukushima, ou 12% da superfície, foram encerrados nos meses que se seguiram ao desastre nuclear. Desde então, trabalhos intensivos de descontaminação reduziram estas áreas inabitáveis para 337 km2, ou 2,4%.
Em meados de janeiro, os tribunais japoneses confirmaram a absolvição de três antigos funcionários da Tepco, o operador da central elétrica de Fukushima, os únicos indivíduos a serem julgados criminalmente em ligação com esta catástrofe e que foram inocentes de negligência pelo acidente de 2011.
As autoridades disseram prever que a descontaminação e o desmantelamento da central demore ainda várias décadas.
Uma das questões críticas é a gestão de mais de um milhão de toneladas de água contaminada acumulada no local da central, proveniente da chuva, das águas subterrâneas e das injeções necessárias para arrefecer os núcleos do reator.
Esta água foi tratada, mas o trítio, perigoso para os humanos em doses concentradas muito elevadas, não pôde ser removido.
O Governo japonês reiterou que planeia iniciar este ano a libertação muito gradual destas águas no oceano Pacífico, um projeto controverso, mas com pareceres favoráveis da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que a supervisiona, e do regulador nuclear japonês.