A esteticista ucraniana Olga Tsvyk, que na tarde de 28 de agosto de 2016 recebeu Viktoria Nasyrova em casa, em Queens, e só acordou um dia mais tarde, no hospital, nem sequer foi a primeira vítima da russa, que trabalhava em Nova Iorque como acompanhante — mais concretamente, dizem os jornais locais, como dominatrix.
E isso foi dito várias vezes ao longo do julgamento que esta quarta-feira chegou finalmente ao fim, com a russa, agora com 47 anos, a ser condenada a 21 anos de prisão por tentativa de homicídio — no máximo, a pena podia ter chegado aos 25.
“Uma vigarista implacável e calculista vai para a prisão durante muito tempo por tentar assassinar no seu caminho para o lucro e ganho pessoal”, congratulou-se a procuradora distrital de Queens, Melinda Kat, segundo a BBC. Agora, com a pena que lhe foi aplicada, Nasyrova “vai para a a prisão por muito tempo, por ter tentado matar para conseguir ganhos pessoais”, acrescentou a procuradora.
The Cheesecake Poisoning case:https://t.co/KeqqeuPDJ4
.#attemptedmurder #identitytheft
Viktoria Nasyrova (left) and victim Olga Tsvyk (right) pic.twitter.com/tRJzcgvNtZ— Ione Carroll (@latenightsleuth) February 11, 2023
Em tribunal, ficou provado que a antiga dominatrix foi a casa de Tsvyk, em Queens (Nova Iorque), com uma caixa de cheesecake. A russa comeu duas fatias e ofereceu uma terceira à vítima — que estava envenenada com Phenazepam, um sedativo.
Tsvyk começou a vomitar, teve alucinações e quase teve um ataque cardíaco. Acabaria por ser encontrada no dia seguinte por um amigo, inconsciente. Tinha-lhe sido mudada a roupa (envergava agora lingerie) e à sua volta estavam espalhados comprimidos, como se tivesse tentado suicidar-se.
A esteticista ucraniana foi depois levada para o hospital e sobreviveu. Quando regressou a casa, descobriu que lhe tinha sido roubado o passaporte, a autorização de residência nos Estados Unidos, joias e cerca de 3.500 euros em dinheiro.
A acusação acredita que Nasyrova queria aproveitar o facto de ser fisicamente parecida à vítima para lhe roubar a identidade, explica a NBC.
Para além deste crime, Nasyrova já tinha tido problemas com a Justiça no passado. Em 2015, foi alvo de um mandado de detenção da Interpol, por suspeitas de homicídio de outra mulher na Rússia — a sua vizinha, Alla Alekseenko, que também terá roubado.
Segundo os media norte-americanos, a ex-dominatrix também é suspeita de já ter drogado e roubado homens com quem teria tido encontros no passado.
Agora, enfrenta mais de 20 anos na prisão. Quando esta terminar, deverá ser deportada para a Rússia, onde pode enfrentar nova acusação pelo homicídio de Alekseenko.