Tratando-se de apenas de uma das duas equipas da Liga Saudita que ainda não tinham conseguido pontos no campeonato antes do jogo começar, o Al Nassr encontrava-se em zona de despromoção. Depois de ter visto o Al Ittihad, o Al Ahli e o Al Hilal ganharam os respetivos jogos nesta jornada, a equipa de Cristiano Ronaldo precisava de responder para não acentuar o mau arranque.

A situação de alguma urgência e as lesões de Talisca e Fofana apressaram a inclusão dos reforços. Por isso, Otávio e Aymeric Laporte, chegados há poucos dias a Riade, integraram logo o onze de Luís Castro para defrontar o Al Fateh. “Obrigado pelas boas-vindas. Sou mais um para ajudar e o que precisarem, podem contar comigo”, disse, com ajuda do tradutor, o médio ex-FC Porto na primeira intervenção no balneário da equipa saudita.

Contra o Al Fateh, existia a natural curiosidade de ver os reforços, mas também o que ia fazer alguém que costuma ter sempre algo novo para mostrar: Cristiano Ronaldo. Ainda assim, a química construída na seleção nacional levava a que, na frente de ataque, a ligação entre o capitão do Al Nassr e Otávio tenha funcionado positivamente, embora, numa fase inicial, o protagonismo tenha pendido mais para o recém-chegado jogador que abriu o encontro com um cabeceamento ao lado.

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A melhor ocasião de Otávio acabou por ser um remate às malhas laterais. Sadio Mané viveu 20 minutos de um pequeno ciúme ao ver a sociedade de internacionais portugueses funcionar tão bem. A partir daí, o senegalês resolveu que trabalhar em conjunto era a melhor fórmula para que o Al Nassr chegasse à vantagem e juntou-se à festa. Um passe atrasado de Mané ofereceu o golo a Ronaldo, mas o jogador de 38 anos rematou à figura. Cristiano reconheceu o empenho ao colega e, de calcanhar, isolou o ex-Bayern Munique para o primeiro golo do jogo (26′).

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Conhecedor do futebol português, Luís Castro pediu a Otávio que desempenhasse funções semelhantes às que realizava no FC Porto. O médio partia da direita, mas infiltrava-se no centro do terreno. Assim, o lateral tinha condições para subir no terreno. Sultan Al-Ghanam intrometeu-se no último terço e assistiu Cristiano Ronaldo (37′) para o segundo do Al Nassr. Com o português solto de marcação no interior da pequena área, foi só desviar de cabeça. O jogador da seleção nacional chegou ao primeiro golo no campeonato, o sétimo na temporada.

O Al Fateh até tinha entre as escolhas iniciais Cristian Tello, ex-FC Porto, e Jason Denayer, central com uma sólida carreira na Europa. Ainda assim, a equipa da casa não conseguia criar perigo. No Al Nassr, o motor Brozovic não dava tréguas. O croata punha a equipa a andar e Gahreeb só teve que aproveitar o balanço ao mesmo tempo que cimentava o estatuto de um dos melhores sauditas do campeonato. O extremo superou a defesa em velocidade e deixou Cristiano Ronaldo (55′) sem oposição para finalizar. Num estádio ao lado do areal, talvez não fosse muito específico dizer que a baliza estava deserta.

Gahreeb na cara do guarda-redes falhou uma clara oportunidade, permitindo que o Al Nassr conseguisse um resultado ainda mais volumoso frente a um adversário que chegava à terceira jornada com quatro pontos conquistados. Não dava para alargar o marcador, dava para Ronaldo ir entretendo os adeptos com vírgulas e túneis aos adversários.

Cristiano ia brilhando mais com as jogadas individuais do que com as finalizações que, independentemente da nota artística, iam sendo eficazes. Sadio Mané (81′), de cabeça, acabou por bisar. O festejo do senegalês foi plagiado do colega de ataque: “Siiiii”. A imitação não deve ter sido perfeita, porque o português voltou a encontrar a baliza ao abandono (90+6′), completou o hat-trick e mostrou a Mané como se comemora. O resultado ficou fechado em 5-0.