Foi um final de emoções fortes. A todos os níveis. Primeiro, com a passagem da embarcação portuguesa de quarto aos 250 metros para a vitória aos 500 metros. Depois, com a alegria da conquista de um histórico título mundial dez anos depois do ouro de João Ribeiro com Emanuel Silva no K2 500. Por fim, por todas as lágrimas que foram correndo na cara de João Ribeiro, na parte da frente da embarcação vencedora.

Um final de sonho que acabou em lágrimas: Ribeiro e Messias fazem história e sagram-se campeões mundiais de K2 500

Entre muitos abraços e um choro que não parava, o atleta do Benfica explicou na zona de entrevistas rápidas todas as dificuldades que passou numa das semanas mais complicadas que teve de enfrentar. “A minha criança está no hospital, tem sido muito difícil mas sou campeão mundial, ganhei a medalha por ele”, referiu perante um enorme aplauso do muito público que marca presença em Duisburgo para estes Mundiais e que acabou por fazer com que a intervenção de João Ribeiro terminasse ali entre muita emoção à mistura.

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“Estivemos sempre muito próximos das medalhas em todas as corridas no passado, sabíamos que estávamos rápidos e que andávamos sempre muito perto do pódio mas a partir de hoje tudo faz sentido”, referira antes Messias Baptista, companheiro de equipa no K2 500 que se sagrou esta manhã campeão mundial.

“Sabíamos que éramos candidatos às medalhas, mas com este nível muito elevado tanto podíamos ser primeiros como nonos. No último mundial tínhamos o melhor tempo e fomos quintos. Nos Jogos Europeus, com um erro meu, fomos quartos. Sempre à porta, sempre à porta… Hoje, sentíamos que era o momento. Tenho muito boas sensações nesta pista e tenho nas minhas costas um dos melhores atletas de Portugal de sempre e foi muito fácil fazer esta prova, porque o Messias tem uma confiança enorme, uma autoestima gigantesca e dá-me sempre muita confiança”, acrescentou depois João Ribeiro à agência Lusa.

“Sabíamos que era possível. Ter o João a marcar o ritmo é para mim algo incrível. Eu ainda era criança quando ele já remava e agora partilho com ele o meu primeiro título mundial em distância olímpica… É realmente incrível, ainda nem sei bem o que sentir. Sabíamos que era possível mas nesta prova todos os milésimos contam. Temos uma amizade muito boa. Acreditamos um no outro, ele pede as minhas opiniões e eu as dele. Isso faz a grande diferença numa embarcação e numa equipa. O João dizia que se não conseguíssemos, íamos morrer a tentar. Mas, felizmente, hoje vamos levar para casa o título mundial, hoje somos os melhores do Mundo!”, referiu também Messias Baptista após a vitória no Mundial.