Algumas redes criminosas na Suécia estão a usar o Spotify para lavar dinheiro, revela uma investigação do jornal Svenska Dagbladet. Este método estará a ser usado há vários anos por estas redes para lavagem de dinheiro através da reprodução de músicas no serviço de streaming de música.
De acordo com a informação apurada pelo jornal, as redes criminosas estarão a “lavar” o dinheiro obtido através de tráfico de droga, assaltos, fraudes e homicídios com o serviço de streaming. O método estará a ser usado pelo menos desde 2019, altura em que o “gangster rap” terá começado a ser popular na Suécia.
O dinheiro “sujo” é usado para adquirir criptomoedas, que depois são usadas para pagar a pessoas cujo trabalho é reproduzir temas de perfis de artistas que têm ligações a cada gangue. Esses artistas recebem, mais tarde, dinheiro do Spotify pelo número de reproduções – números mais elevados de “streams”, na ordem dos milhões, podem gerar pagamentos entre as 40 mil e 60 mil coroas suecas (3.361 e 5.041 euros).
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O jornal cita um membro de um gangue, que disse “com 100% de certeza que isto acontece”. Uma fonte da polícia sueca disse ao jornal que “o Spotify tornou-se uma caixa automática para os criminosos”. “Há uma ligação direta entre os gangues e a violência mortal”, garantiu a mesma fonte. Segundo a AFP, em 2022, foram registadas 90 explosões e 391 tiroteios, dos quais 62 resultaram em vítimas mortais.
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Fonte da polícia disse que tentou contactar o Spotify, que nasceu na Suécia, em 2021 sobre estes esquemas, mas que não recebeu qualquer tipo de resposta.
À AFP, a empresa sueca garantiu que os “streams” manipulados são “um problema alargado na indústria e que o Spotify tem estado a trabalhar para resolver esta questão”. “Menos de 1% de todas as reproduções no Spotify foram feitas artificialmente e são prontamente mitigadas antes de ser feito qualquer pagamento”.
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A tecnológica liderada por Daniel Ek também rebate que tenha recebido contactos por parte de forças da autoridade, garantindo ainda que “não foram encontrados dados ou provas concretas que indiquem que a plataforma está a ser usada” da forma que é relatada na investigação do jornal sueco.