Os ministros das Finanças da zona euro vão esta sexta-feira discutir o contexto macroeconómico na área da moeda única, devendo insistir nos compromissos de prudência orçamental, após uma nova subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE).

Realizada na cidade espanhola de Santiago de Compostela no âmbito da presidência espanhola da UE, a reunião do Eurogrupo decorre numa altura de tímido crescimento económico, de fraco consumo perante uma apertada política monetária e de ainda elevada inflação, razão pela qual “a principal mensagem será a de que a política orçamental deve continuar a ser prudente“, segundo fontes comunitárias.

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“Passaram-se dois meses desde que o Eurogrupo se reuniu pela última vez e, desde então, têm surgido dados que revelam uma perda de dinamismo de crescimento e um ainda elevado nível de inflação, embora a descer, e menor consumo”, assinalaram, recordando as “incertezas substanciais” do contexto macroeconómico.

A discussão desta sexta-feira surge um dia depois de o BCE ter anunciado uma nova subida das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.

Esta foi a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central, que aumentou as taxas de juro em 450 pontos base desde julho do ano passado, o ciclo de subida mais rápido da história da zona euro.

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Nas previsões macroeconómicas de verão, divulgadas na passada segunda-feira, a Comissão Europeia reviu em baixa a previsão de inflação este ano na zona euro, para 5,6%, referindo que a apertada política monetária “está a funcionar”, mas alertou para perdas de rendimento e piorou a projeção para 2024.

Também nesse dia, a instituição divulgou que a atividade económica “muito fraca” dos últimos meses na zona euro e UE, que deverá manter-se, motivou uma revisão em baixa das projeções para crescimento económico em 2024, para 1,3% e 1,4%.

A taxa de inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de Covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda assim acima do objetivo de 2% fixado BCE para a estabilidade dos preços. Para o atingir, o BCE tem apertado a política monetária com sucessivos aumentos das taxas de juro, agora a um ritmo mais lento.

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Também esta sexta-feira, os ministros do euro irão discutir a sucessão de Fabio Panetta, membro da Comissão Executiva do BCE que termina o cargo em 1 de novembro próximo, à qual concorreu apenas o vice-governador do Banco de Itália Piero Cipollone.

Cabe ao Eurogrupo debater esta candidatura e adotar uma recomendação ao Conselho Europeu, ao qual cabe uma decisão final após ouvir o BCE e o Parlamento Europeu.