A primeira coisa que Taylor Swift perguntou, quando a revista Time a informou que queria elegê-la como “Personalidade do Ano” de 2023, foi: “Posso trazer o meu gato?”. E foi assim que a artista norte-americana e o seu gato, Benjamin Button, acabaram na capa da publicação que todos os anos elege a pessoa que teve maior destaque. Já o que a levou a merecer essa distinção não tem nada a ver com felinos.

Depois do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segue-se a cantora norte-americana, de 33 anos, que esgotou 66 concertos em todo o mundo com a Eras Tour e que lançou o filme-concerto mais rentável de sempre — 85 milhões de euros de receita no fim de semana de estreia.

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Desta forma, não foi difícil para o editor-chefe da revista, Sam Jacobs, eleger “a primeira pessoa no mundo das artes” para ser a “Personalidade do Ano”. “Taylor Swift encontrou uma forma de transcender as fronteiras e de ser uma fonte de luz. Atualmente, mais ninguém no planeta consegue comover tão bem tantas pessoas. Conseguir este feito é algo que muitas vezes atribuímos aos alinhamentos dos planetas e dos destinos, mas dar demasiado crédito às estrelas ignora a sua capacidade e o seu poder”, justificou Jacobs, dizendo ainda que a artista “é a rara pessoa que é, ao mesmo tempo, escritora e heroína da sua própria história”.

O nome Taylor Swift não é novo no mundo da música, visto que a cantora tem quebrado diversos recordes, nomeadamente ao ter-se tornado na primeira a ser nomeada sete vezes para o Grammy de “Canção do Ano”. Por isso, porquê só agora?

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“Embora a sua popularidade tenha crescido ao longo das décadas, este é o ano em que Swift conseguiu uma espécie de fusão nuclear: juntar a arte e o comércio para libertar uma energia de força histórica”, salientou o editor, dizendo também que a artista “é um símbolo de mudança geracional, por ser apenas a quarta ‘Personalidade do Ano’ nascida no último meio século”.

Nos 17 anos que se seguiram à sua estreia, Swift conseguiu mais álbuns no primeiro lugar do que qualquer outra mulher na história. Só este ano, ela teve três”, continuou Jacobs.

“Em 2023, Swift estava em todo o lado, a encher estádios e a bater recordes, o que nos obrigou a encontrar novas formas de medir a magnitude do seu alcance. Foram utilizados sismógrafos para mostrar o impacto literal causado pelos seus fãs. Como Swift se tornou multi-milionária, os produtos internos brutos dos países passaram a ser a medida das suas contribuições financeiras. Foram anunciadas aulas universitárias para estudar as lições de Swift sobre literatura, negócios e direito. Swift recebeu as chaves das cidades e as placas das ruas foram mudadas para o seu nome”. Além disso, a sua recente relação com o jogador de futebol americano Travis Kelce fez disparar a audiência dos jogos transmitidos na televisão e o aumento de vendas da sua camisola.

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O jornalista que escreveu a peça sobre Swift, Sam Lanksy, no seguimento de a ter entrevistado no seu apartamento em Nova Iorque, onde debateram os seus sucessos, o seu desaparecimento em 2016 e até os seus treinos para concertos, deixa um desafio para os mais céticos.

“Considere isto: quantas conversas teve sobre Taylor Swift este ano? Quantas vezes viu uma fotografia dela, enquanto percorria o telemóvel? Foi uma das pessoas que fez uma peregrinação a uma cidade onde ela atuou? Comprou um bilhete para o filme-concerto dela? Deu um duplo toque numa publicação do Instagram, riu-se de um tweet ou clicou num título sobre ela? Deu por si a cantarolar Cruel Summer enquanto esperava na fila do supermercado? Um amigo confessou que viu vídeos da Eras Tour noite após noite no TikTok?”, enumerou.

No mesmo artigo, que foi publicado cerca de uma semana depois de o Spotify ter anunciado que Swift foi a artista mais ouvida do mundo, a artista é associada a Elvis Presley, Michael Jackson e Madonna. “E como compositora, foi comparada a Bob Dylan, Paul McCartney e Joni Mitchell”, reforçou.

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Perguntar se um dos três gatos podia ir não foram as únicas palavras de Taylor Swift. A cantora que foi escolhida entre personalidades como Barbie, Rei Carlos III e diretor-executivo do OpenAI, não escondeu a importância da distinção: “Isto é o maior orgulho e a felicidade que já senti, e o mais criativamente realizada e livre que já estive”.

“Em última análise, podemos complicar tudo o que quisermos, ou tentar complicar demasiado, mas só há uma pergunta: Não estás entretido?”, questionou Swift, que atuará em Portugal a 24 e 25 de maio, no Estádio da Luz, em Lisboa.

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