Já não é surpresa o facto de as tecnológicas dominarem o ranking das marcas mais valiosas do mundo, elaborado anualmente pela Interbrand. Na 24.ª edição deste estudo, a tendência voltou a confirmar-se, com Apple, Microsoft, Amazon, Google e Samsung a ocuparem, por esta ordem, os cinco primeiros lugares da tabela. Nos restantes cinco, para completar o top 10, surgem três construtores de automóveis, nomeadamente a Toyota, seguida de muito perto pela Mercedes e, a fechar, a BMW, na 10.ª posição, o que é uma estreia para o construtor bávaro.

Outro dado curioso é que o valor total das marcas que constam do relatório Best Global Brands aumentou face ao ano anterior, mas regista-se um notório abrandamento, pois o crescimento de 16% de 2021 para 2022 foi seguido de um aumento de somente 5,7% de 2022 para 2023. Uma desaceleração que a consultora atribui a variáveis como a “falta de mentalidade construtiva”, a “liderança conservadora” de algumas marcas e o próprio contexto de instabilidade económica, que redunda numa maior dificuldade em fazer previsões acertadas.

Não obstante, se percorrermos a lista completa, verificamos que as marcas de automóveis são alheias a esta realidade, como que tendo uma imunidade à desaceleração do seu valor, o que encontra explicação, em parte, no facto de esta indústria estar a liderar a transição para uma mobilidade mais sustentável. Aliás, a Interbrand realça isso mesmo ao notar que “os sectores com melhor desempenho são o automóvel e o luxo, com subidas de 9% e 6,5%, respectivamente”. E esta conclusão não pode ser dissociada de outra: é que “as empresas com operam em diversos sectores continuam a dominar o topo da tabela, representando 50% do valor total”, ao passo que “as marcas que operam exclusivamente num sector (…) registaram um crescimento mais lento do valor da marca”.

Comparativo da evolução da Mercedes (a vermelho) e Tesla (cinzento). Fonte: Interbrand

Não só os 13 fabricantes de automóveis que fazem parte do ranking da Interbrand das 100 marcas mais valiosas do mundo vêem o seu valor subir, como três deles registam subidas de dois dígitos. A Porsche encabeça o pelotão da frente, com uma subida de 20%, mas a Hyundai (18%) e a Ferrari (16%) também se destacam pela positiva, sendo que o fabricante de Estugarda é o que regista a 2.ª maior subida de valor no ranking global, sendo apenas superado pelo Airbnb que, apesar de só ter entrado nesta selecção o ano passado, cresceu muito e rapidamente (21,8%).

Se, por esta altura, estará a questionar-se acerca da performance da Tesla, saiba que o fabricante de veículos eléctricos liderado por Elon Musk manteve a sua posição, face ao ranking do ano passado, com uma subida de 4% tal como a Nissan, pelo que o construtor norte-americano só ultrapassa, em termos de aumento de valor, a Ford (3%) e a Volkswagen (2%). A marca de Wolfsburg é, aliás, a que menos valoriza entre os seus pares.

Para a elaboração deste ranking, a consultora adoptou uma metodologia em que pondera o desempenho financeiro da marca, a sua influência no processo de decisão de compra e a sua capacidade de garantir a fidelidade dos clientes. Foi com base nestes critérios que se posicionaram na tabela das 100 marcas mais valiosas, seis construtores de automóveis europeus, três japoneses, dois sul-coreanos e dois americanos. Confira na galeria quem são, quanto valem e que lugar ocupam no ranking da Interbrand.

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