Os combates no Sudão entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) originaram a “maior crise de deslocados do mundo”, com 7,1 milhões de refugiados, declarou esta quinta-feira um porta-voz das Nações Unidas (ONU).

Os novos combates no centro do Sudão obrigaram 300 mil pessoas a fugir e “estes novos movimentos elevam a população de deslocados para 7,1 milhões”, dos quais 1,5 milhões se refugiaram nos países vizinhos, declarou Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU.

A guerra que começou em abril entre o chefe do exército, general Abdel Fattah al-Burhane, e o seu segundo comandante, o general Mohamed Hamdane Daglo, chefe das RSF, alastrou-se, na semana passada, ao estado de Al-Jazira, no centro-leste do país.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e as agências humanitárias das Nações Unidas expressaram também alarme pela extensão do conflito sudanês a Wad Madani, que provocou um novo êxodo de deslocados internos.

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De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 300 mil pessoas fugiram de Wad Madani no período que antecedeu os combates.

Por seu turno, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) avançou que pelo menos 150 mil crianças foram forçadas a fugir das suas casas no estado de Al-Jazira “em menos de uma semana”.

“Os nossos colegas no Sudão ouviram histórias de gelar o sangue de mulheres e crianças que suportaram uma viagem horrível para chegar a Madani”, comentou a chefe da Unicef, Catherine Russell, num comunicado.

“E agora, até mesmo essa frágil sensação de segurança foi destruída, pois essas mesmas crianças foram mais uma vez forçadas a fugir”, disse.

“Nenhuma criança deveria ter de viver os horrores da guerra”, concluiu.