A ONU anunciou esta sexta-feira a suspensão de “todas as missões humanitárias no estado de Al Jazira, a sul da capital sudanesa, Cartum, devido aos combates entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

As missões na cidade de Wad Madani, que tem servido de centro para as operações humanitárias desde o início dos combates em abril deste ano entre o exército regular e o grupo paramilitar, bem como noutras partes do Estado, estão suspensas “até nova ordem”, declarou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês), num comunicado.

“As lojas e os mercados foram encerrados em Wad Madani”, a capital do estado de Al Jazira, refere o comunicado, acrescentando que a ponte de Hantub também está fechada “devido às medidas de segurança do exército”.

O exército sudanês intercetou esta sexta-feira um ataque do grupo paramilitar em Wad Madani, considerada uma “zona segura” e área de refúgio para cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas que fugiram da guerra que dura há oito meses.

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As RSF divulgaram um comunicado na sua página oficial no X, assegurando aos cidadãos de Wad Madani que os seus ataques eram dirigidos contra o exército e não contra civis.

O conflito armado no Sudão eclodiu em 15 de abril devido às tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político destinado a repor o país numa via democrática após o golpe de Estado de 2021.

A guerra já causou a morte de cerca de 12 mil pessoas, mais de 6 milhões de refugiados e deslocados, bem como uma catástrofe humanitária no país.

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