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Montenegro acusa Pedro Nuno de não ter "estabilidade emocional" e de tentar dividir o país

Este artigo tem mais de 6 meses

Líder do PSD acusou o adversário de tentar dividir o país entre esquerda e direita e de não ter "estabilidade emocional" para governar o país. "Montenegro pede votos unindo", diferencia Nuno Melo.

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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Luís Montenegro acusou esta segunda-feira Pedro Nuno Santos de ter falta de “estabilidade emocional” para liderar o país. Num comício a partir de Macedo de Cavaleiros, o líder social-democrata disse que o secretário-geral do PS está a tentar meter uma metade do país contra a outra e lamentou que o adversário tente alimentar a narrativa do “nós”, esquerda, contra “eles”, direita.

“Estas eleições também servem para arrastar Portugal com energia. Não se consegue com este discurso. Não se consegue garantir estabilidade com alguém que divide a sociedade assim, que julga os outros com maldade. Aqui não há os bons e os maus”, lamentou o social-democrata. Montenegro foi ainda mais longe: “Se a campanha do PS é andar meter medo às pessoas, era importante que pudesse parar e pensar naquilo que diz. Para se governar um país, é preciso ter estabilidade emocional”.

Tal como tem feito ao longo da campanha, Montenegro tentou forçar a nota de que está acima da “politiquice” e que não pretende responder aos adversários ou aos comentadores políticos. “O nosso foco não é falar para os outros adversários. Para as agendas mediáticas. O nosso interesse foi sempre falar para as pessoas e das pessoas. Estivemos este período todo a falar disto [das propostas]. Fico inquietado quando vejo o meu principal adversário dizer coisas como isto: ‘eles aquilo, eles aqueloutro’. Eu não trato assim os nossos adversários. Aqui não há o nós e o eles. Aqui há Portugal. Esta postura também faz diferença”, sublinhou o líder do PSD.

Como tem sido hábito, todavia, foi Nuno Melo a assumir as despesas da casa e centrou o seu discurso essencialmente no ataque a Pedro Nuno Santos. Referindo-se ao mais recente apelo ao voto útil do socialista, que pediu à esquerda para “concentrar os votos no PS”, o líder do CDS diz que isso mostra a diferença gritante entre os dois projetos.

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“Eles fazem campanha como governam, pedem votos dividindo a sociedade; o Luís Montenegro pede votos unindo. Esta não é uma disputa entre esquerda e direita; é uma disputa entre aqueles que se resignam e aqueles que querem mudar Portugal”, sublinhou Melo. “Que ninguém duvide: se tivesse oportunidade, Pedro Nuno [metia] o BE e o PCP no governo e talvez tivesse Mariana Mortágua com ministra das Finanças”, provoca Melo.

A seguir, o líder do CDS retomou um exercício que tem feito ao longo desta campanha, dizendo que António Costa, apesar de se ter juntado à campanha socialista para apoiar Pedro Nuno Santos, não tem como defender um homem que demitiu de ministro. “Pedro Nuno Santos não serviu para ser ministro e querem-nos convencer que vai servir para ser primeiro-ministro. Vamos dar a oportunidade que António Costa lhe deu: despedi-lo com justa causa.”

Montenegro nega chantagem sobre a IL

Já esta manhã, o diálogo foi encetado com a Iniciativa Liberal. Luís Montenegro garantia que a Aliança Democrática não está a fazer qualquer tipo de chantagem sobre os eleitores que, à direita, possam estar indecisos em votar noutros partidos nas eleições legislativas. Mas, ao mesmo tempo, deixava claro que as pessoas terão de pesar bem o voto que farão sob pena de acordarem a 11 de março com a “manutenção do PS no Governo”.

À margem de uma ação de campanha em Chaves, o social-democrata foi confrontado com as críticas de Rui Rocha e de outros elementos da Iniciativa Liberal à estratégia de intensificação do apelo ao voto útil por parte da Aliança Democrática. Na resposta, Montenegro reconheceu que, à entrada para a segunda semana de campanha eleitoral, este é “um momento em que as pessoas terão de pesar outros fatores para decidir” o seu sentido de voto.

“Está ao nosso alcance, grão a grão, conquistar um governo estável com todas as condições de estabilidade e governabilidade. Para isso, temos feito um apelo para que as pessoas que querem um novo governo possam utilizar o seu voto para promoverem essa mudança, para não acordarem dia 11 com a manutenção do PS no Governo”, insistiu Montenegro.

Perante a insistência dos jornalistas para que comentasse as palavras de Rui Rocha, Montenegro não recuou. “Não acredito em nenhum tipo de chantagem sobre as pessoas. Confio na lucidez das pessoas.” Sobre se seria mais fácil negociar com uma Iniciativa Liberal mais fragilizada, o líder social-democrata cortou a eito: “Não estou a pensar nisso. Não estou interessado em grandes considerações sobre o jogo partidário.”

[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador em Chaves:]

Montenegro não quer “pedir maioria” e recusa chantagem à IL

“Não vou pedir nenhuma maioria”

Num momento em que na Aliança Democrática já quase ninguém tem dúvidas sobre a vitória nas próximas eleições, Montenegro vai pedindo uma “vitória inequívoca” e repetindo a ideia de que deseja um governo “estável” com com condições de “governabilidade”.

Apesar de tudo, o social-democrata tem evitado utilizar as duas palavras palavras mágicas: “maioria absoluta”. “Não vou pedir nenhuma maioria, vou pedir votos. Lutarei voto a voto para ter o maior número possível de votos”, rematou. Montenegro rejeitou ainda comentar as suspeitas lançadas por André Ventura sobre a regularidade destas eleições. “Nem sei bem o que isso é, sinceramente”, disse.

Minutos depois, ainda subiu a um banco de jardim para deixar umas palavras aos apoiantes, pedindo que não haja desmobilização até domingo. “Está em marcha uma vitória inequívoca da Aliança Democrática no próximo domingo”, despediu-se.

O líder da coligação Aliança Democrática (AD) e presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, participa numa arruada em Chaves, no âmbito da campanha para as eleições legislativas de 10 de março, 04 de março de 2024. O Presidente da República decretou a 15 de janeiro a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, apresentada em 07 de novembro, por causa da Operação Influencer, e de imediato aceite pelo Presidente da República. TIAGO PETINGA/LUSA

O social-democrata tem evitado utilizar as duas palavras palavras mágicas: “maioria absoluta”

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

*Artigo atualizado às 22h20

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