A porta-voz do PAN considerou esta quinta-feira que o próximo Governo não pode falhar com os militares com deficiência e com os ex-combatentes, alegando que o Estado português tem uma dívida com essas pessoas.

“Estas pessoas serviram o país. Estiveram na guerra forçados. Quer os militares com deficiência, quer os ex-combatentes têm, neste momento, uma dívida a seu favor por parte do Estado Português, que se tem de se traduzir de uma vez por todas na revisão das pensões e na atribuição por força de (…) terem estado em contexto de guerra. É fundamental que esta revisão aconteça“, salientou Inês Sousa Real.

Falando à margem de uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas — ADFA, a cabeça de lista do PAN por Lisboa alertou que também é necessário estar atento aos apoios sociais, no acesso à medicação, a psicólogos, a fisioterapia.

“Não nos podemos esquecer que estando estas pensões e apoios associados ao indexante, ao IAS [Indexante dos Apoios Sociais], é fundamental (…) que o mesmo seja sempre superior ao limiar de pobreza. E não nos podemos esquecer das suas mulheres, das suas companheiras, que ao longo de toda a vida, muitas delas acabaram por assumir um papel de cuidadoras informais”, disse.

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Para Inês Sousa Real, é fundamental que as mulheres dos ex-combatentes tenham direito a pensões “com valor mínimo condigno” equiparado ao IAS. “Não podemos permitir que na próxima legislatura estas pessoas fiquem esquecidas e que o Governo espere que esta questão geracional resolva um problema que está única e exclusivamente nas mãos do Governo e que é de facto uma dívida de gratidão que o país tem para com estas pessoas”, acrescentou.

Nesta matéria, o PAN quer diminuir “a complexidade e morosidade da aquisição de produtos de apoio adquiridos para os deficientes das Forças Armadas” e foca o resto das suas propostas na redução do impacto da Defesa e das suas infraestruturas no ambiente.

Durante a ação de campanha na Associação dos Deficientes das Forças Armadas, a líder do PAN também comentou a adesão da Suécia à NATO, oficializada esta quinta-feira. “Há um projeto comum da NATO que garante a segurança dos seus aderentes e nesse sentido, além de respeitarmos aquilo que é a soberania de cada país e de louvarmos que esse passo tenha sido dado, não nos podemos esquecer que o mundo vive neste momento uma situação geopolítica muito complexa com a ameaça permanente da Rússia, mas também da ascensão da própria China, entre outras dimensões”, salientou Inês Sousa Real.

“E natural que este projeto acabe de alguma forma ter de ser robustecido”, realçou. Inês Sousa Real acrescentou que, apesar de o seu partido ser pacifista, “tem consciência que, neste momento só, projetos comuns (…) como a União Europeia e o reforço do pilar social europeu são fundamentais para garantir a reposição da paz”.