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A presidência norte-americana afastou esta quarta-feira a hipótese de a Rússia estar a preparar-se para usar uma arma nuclear na Ucrânia, após Vladimir Putin ter garantido que o seu país utilizará armas nucleares se for ameaçado.
“Não vemos razão para ajustar a nossa própria postura nuclear, nem qualquer sinal de que a Rússia esteja a preparar-se para usar uma arma nuclear na Ucrânia”, destacou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
A assessora tinha sido questionada por jornalistas sobre as declarações do Presidente russo que disse que estava pronto para implantar armas nucleares se a soberania da Rússia fosse ameaçada.
Para Karine Jean-Pierre, o líder do Kremlin apenas parece ter “reiterado a doutrina nuclear da Rússia” durante uma entrevista.
“No entanto, a retórica da Rússia sobre a questão nuclear tem sido imprudente e irresponsável” desde o início da guerra na Ucrânia, acrescentou.
À televisão estatal russa, Vladimir Putin disse esperar que os Estados Unidos evitem qualquer escalada que possa desencadear uma guerra nuclear, mas sublinhou que as forças nucleares da Rússia estão prontas.
Rússia pronta para usar armas nucleares se for ameaçada, avisa Putin
Questionado se alguma vez considerou usar armas nucleares na frente de batalha na Ucrânia, o líder russo respondeu que não havia necessidade.
Putin também expressou confiança de que Moscovo alcançará os objetivos na Ucrânia, mas disse estar aberto a negociações, acrescentando que qualquer acordo exigiria garantias firmes do Ocidente.
O chefe de Estado russo tem repetidamente descrito o Governo da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, como “um grupo de toxicodependentes e neonazis”.
Na mesma entrevista, o Presidente da Rússia acusou a Ucrânia de lançar ataques em solo russo numa tentativa de interferir nas eleições presidenciais marcadas para 15 e 17 de março.
Várias regiões russas, nomeadamente Belgorod e Kursk, na fronteira com a Ucrânia, foram alvo de múltiplos ataques de drones [aparelhos aéreos não tripulados] ucranianos pelo segundo dia consecutivo, tendo como alvo infraestruturas de energia.
Vladimir Putin, no poder há mais de duas décadas e candidato à reeleição, é o favorito nas presidenciais, na ausência de qualquer oposição.
A eleição deverá manter Putin no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, graças a uma alteração constitucional feita em 2020.