Encontrar mentes que vejam “as coisas fora da caixa” e de “forma diferente” é a alternativa que a agência de cibersegurança britânica arranjou para vencer as “ameaças” de um mundo cada vez “mais complexo”. E, na GCHQ, os novos espiões já não precisam de lutar ou correr como James Bond ou frequentar uma conceituada universidade: só precisam ter conta no LinkedIn. O caminho para lá chegar? Uma imagem publicada na página da GCHQ nessa rede social e que devia ser decifrada por quem quer fazer carreira na espionagem.

O colorido e preenchido puzzle criado pelo artista de Manchester Justin Eagleton escondia treze pistas que representam letras do alfabeto. Descobri-las permitia chegar à mensagem oculta. Como todos os espiões, os futuros recrutas terão de saber decifrar códigos e pistas — um aspeto sublinhado em comunicado pela directora do GCHQ, Anne Keast-Butler, que faz questão de manter a tradição: “Os puzzles estão no centro do nosso trabalho vital. Estas competências representam as nossas raízes históricas na criptografia e encriptação e continuam a ser importantes para a nossa missão atual de manter o país seguro.”

Os novos analistas, engenheiros e comerciais da agência não precisam de vir do ensino superior. O que a agência quer é que tenham “formações diferentes, experiências diferentes, perspetivas diferentes e conhecimentos diferentes”.  A decisão de aproximação às pessoas comuns que nunca pensaram em trabalhar numa agência de espionagem foi feita por se constatar que o Reino Unido se depara com um conjunto de “ameaças reais em linha com os Estados-nação, grupos criminosos, terroristas e indivíduos“, diz a GCHQ.

A estreia da GCHQ no LinkedIn significa uma quebra com processos convencionais de seleção altamente discretos. É uma forma da agência se transformar numa “organização verdadeiramente diversificada e representativa”, refere a organização.

A resposta ao quebra-cabeças foi revelada esta quinta-feira no LinkedIn da agência. A publicação na qual foi lançado o desafio já conta com quase 800 comentários públicos, apesar de a empresa não especificar como irá realizar o recrutamento num universo tão alargado de candidatos.

Texto editado por Cátia Andrea Costa

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