A Juventude Socialista (JS) apagou várias publicações na rede social X com críticas a alguns ministros do novo elenco governativo devido a um “erro” identificado sobre a nova ministra da Saúde, Ana Paula Martins. No tweet, os socialistas referiam que a nova governante era diretora do Hospital de Santa Maria “durante o caso das gémeas” brasileiras com atrofia muscular espinhal quando, na verdade, só ocupava o cargo na altura em que o caso veio a público e não quando os tratamentos ocorreram.
Na rede social X, a JS indicou, na sexta-feira, que decidiu apagar a publicação porque a mensagem não foi “adequadamente expressa” e pede “desculpas aos visados”. Ao Observador, o líder da JS, Miguel Costa Matos, reconhece o “erro”. “A nossa política é quando temos um erro assumi-lo, pedir desculpa, retirar o post. Não queremos alimentar desinformação”, afirmou.
As opções políticas do novo governo terão a nossa crítica política sempre que necessário. Não tendo essa mensagem sido adequadamente expressa na publicação que fizemos recentemente, optámos por retirá-la, pedindo desculpas aos visados.
— Juventude Socialista (@JSPortugal) March 29, 2024
No tweet sobre Ana Paula Martins, a JS referia que a nova governante foi diretora de “lobby de uma farmacêutica”, foi “diretora do Hospital de Santa Maria durante o caso das gémeas” e, na classificação de experiência governativa, não tem “nada de relevante”.
Ana Paula Martins assumiu a direção do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, a que pertence o Hospital de Santa Maria, em fevereiro de 2023, cargo que ocupou até janeiro de 2024. O “caso das gémeas” luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que receberam um tratamento de quatro milhões de euros no Hospital de Santa Maria em 2020, através de uma alegada cunha, veio a público em novembro do ano passado, depois de uma notícia da TVI. A nova ministra estava, portanto, à frente do Hospital quando o caso veio a público e não quando os tratamentos ocorreram.
Miguel Costa Matos refere, ao Observador, que esta publicação fazia parte de um tweet mais amplo com críticas a outros ministros, críticas essas que a JS mantém, embora também tenha apagado os tweets. “Criticamos o facto de termos um ministro das Infraestruturas que privatizou a TAP à 25.ª hora e assinou uma garantia ilimitada de cobrir as dívidas da TAP no futuro [uma crítica já feita a Miguel Pinto Luz por António Costa, à qual o social-democrata viria a responder], que como autarca não construiu habitação para os jovens”, exemplifica.
Segundo Miguel Costa Matos, também são tecidas críticas ao novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, com a JS a acusar o social-democrata de ter expressado opiniões contra o aumento do salário mínimo ou o financiamento público do ensino superior, assim como ao novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. O líder da JS reafirma as críticas e promete uma “oposição enérgica” ao governo, o que passará pelas redes sociais.