Mais de 350 chineses foram repatriados do Myanmar (antiga Birmânia), no âmbito de uma operação conjunta entre as forças de segurança dos dois países para combater a fraude transfronteiriça, informou esta segunda-feira a imprensa oficial chinesa.

Os suspeitos foram entregues ao país de origem no domingo, em conformidade com os acordos entre as duas nações, enquanto o Myanmar vai processar os 455 birmaneses que foram detidos durante a operação, que teve lugar no norte do país.

Entre os 352 detidos chineses que foram transferidos de Myanmar através da cidade fronteiriça de Ruili, no sul da Chin, 51 eram fugitivos procurados pelas autoridades chinesas e 21 são considerados figuras “chave” de uma organização dedicada à fraude.

Durante a rusga, as forças de segurança apreenderam material utilizado para cometer os crimes, incluindo computadores, telemóveis e guiões utilizados pelos burlões para enganar as vítimas, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

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A cooperação entre as duas nações asiáticas para combater as fraudes cibernéticas não é nova.

Em 2023, operações conjuntas levaram à entrega de 10 suspeitos de serem líderes de organizações responsáveis por fraude telefónica.

A grande proporção de suspeitos em Myanmar explica-se pela proliferação de centros de fraude online nas zonas fronteiriças, na sequência do golpe de Estado de fevereiro de 2021, que criou uma grande instabilidade no país e facilitou as atividades de todo o tipo de crime organizado.

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De acordo com um relatório da ONU, pelo menos 120.000 pessoas estão detidas em Myanmar em centros onde são obrigadas a participar em fraudes online, enquanto no Camboja, o outro epicentro destes crimes, o número é estimado em cerca de 100.000.

Nos últimos meses, o Ministério da Segurança Pública da China comunicou o envio de forças de intervenção especializadas para países como a Tailândia, Filipinas e Camboja para participarem em “missões internacionais de aplicação da lei”.

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