Depois de dividir o protagonismo daquele que já é um dos melhores jogos da temporada, na primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões contra o Real Madrid, o Manchester City voltava à luta interna que está mais aguerrida do que nunca. No topo da Premier League, à entrada para este fim de semana, Arsenal e Liverpool dividiam a liderança com mais um ponto do que o City — ou seja, Pep Guardiola tinha noção de que era proibido escorregar.

O adversário, porém, colaborava com a missão. Este sábado, o Manchester City tinha o jogo teoricamente mais simples até ao final da temporada ao receber o Luton Town no Etihad: o mesmo Luton Town que está a lutar para não regressar ao Championship e que levava 19 derrotas em 32 jornadas. Ou seja, Guardiola podia não só passar um dia mais descansado do que o normal, como fazer descansar vários jogadores cruciais que têm sido constantemente utilizados.

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Tal como Rodri. A meio da semana, depois do jogo com o Real Madrid, o médio espanhol confessou a necessidade de parar e fez soar os alarmes em Manchester. “Preciso de descansar. Vamos ver como falamos, como vivemos a situação. Às vezes é o que é, preciso de me ajustar. É algo que estamos a planear, sim”, explicou Rodri. E Guardiola, na antevisão da partida deste sábado, confirmou que ia gerir o esforço de um elemento que tem sido capital para o sucesso da equipa.

“Quando um jogador não se sente bem para jogar, não joga, é simples. Mas olhem para os nossos jogos e percebam a importância que ele tem para nós, a qualidade que ele dá. Tenho a sensação de que nos jogos em que se sentiu mais cansado, contra o Crystal Palace e o Real Madrid, até jogou melhor na segunda parte. Correu mais e foi mais preciso na segunda parte do que na primeira. Acho que é mais do que algo físico, é um caso de energia mental. Jogar de três em três dias, de três em três dias. Claro que está cansado, joga sempre muitos minutos”, indicou o treinador espanhol.

Assim, contra o Luton Town, Guardiola deixava Rodri no banco mas também Bernardo, Phil Foden, Jack Grealish e Kyle Walker, lançando Matheus Nunes no meio-campo e Julián Álvarez, De Bruyne e Doku no apoio a Haaland. A maior surpresa, porém, aparecia na baliza: Ederson era titular pela primeira vez em mais de um mês, regressando aos relvados depois de se ter lesionado no início de março contra o Liverpool.

O Manchester City confirmou o favoritismo absoluto e abriu o marcador logo nos instantes iniciais, com Hashioka a ter o azar de desviar um remate de Haaland para a própria baliza (2′). A primeira parte foi de sentido único absoluto, com a equipa de Guardiola a jogar durante 45 minutos no meio-campo adversário e o Luton Town a realizar um jogo de autêntico e absoluto sacrifício. Ainda assim, e mesmo com Matheus Nunes a acertar no poste com um pontapé cruzado (27′), os citizens não voltaram a marcar e levaram uma vantagem mínima para o intervalo.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e a lógica manteve-se, com o Manchester City a dominar por completo sem conseguir aumentar a vantagem. Rob Edwards foi o primeiro a mexer, trocando Townsend por Cauley Woodrow à passagem da hora de jogo, e foi nessa fase que Álvarez ficou muito perto de marcar com um remate de fora de área que passou ao lado (60′).

O momento do jogo, porém, estava reservado para Kovacic. Na sequência de um canto cobrado na esquerda, o médio croata apareceu à entrada da grande área e atirou um remate fortíssimo de primeira para bater Thomas Kaminski e dar mais frutos à enorme superioridade do City (64′). Logo depois, contudo, o Luton construiu o primeiro lance de perigo e viu Woodrow, com um pontapé na área, acertar em cheio na trave de Ederson (66′).

O xeque-mate, porém, apareceu à beira do último quarto de hora, com Haaland a converter uma grande penalidade depois de Doku ser derrubado em falta na área adversária (76′). Guardiola só começou a mexer pouco depois, oferecendo minutos a Oscar Bobb e Sergio Gómez, e o Luton ainda conseguiu mesmo reduzir a desvantagem com um golo de Ross Barkley após perda de bola de Matheus Nunes em zona proibida (81′).

Já perto do fim, Doku carimbou a goleada com um lance brilhante na esquerda, ultrapassando dois oponentes em drible e atirando cruzado para marcar (87′), e Gvardiol repetiu o feito do jogo no Santiago Bernabéu e fechou as contas com mais um enorme pontapé de fora de área (90+3′).

O Manchester City goleou o Luton, apesar das poupanças, e subiu à condição à liderança da Premier League, já que Arsenal e Liverpool só entram em campo este domingo, antes de voltar a defrontar o Real Madrid na corrida pelas meias-finais da Liga dos Campeões.