O Papa Francisco recebeu esta sexta-feira, no Vaticano, mais de 100 humoristas de todo o mundo e, entre as várias personalidades, estiveram os portugueses Joana Marques, Maria Rueff e Ricardo Araújo Pereira.

Num vídeo publicado pelo Vaticano, é possível ver o momento em que os humoristas cumprimentaram o Papa: Ricardo Araújo Pereira aparece ao minuto 18, Maria Rueff ao minuto 21 (que levou uma prenda) e, por fim, Joana Marques ao minuto 22.

Na ocasião, Francisco questionou se “é possível rir também de Deus?”, dando de imediato a resposta: “É claro que sim, isto não é blasfémia, assim como brincamos e fazemos piadas com as pessoas que amamos. A tradição sapiencial e literária hebraica é mestra nisso! Pode ser feito, mas sem ofender os sentimentos religiosos dos fiéis, especialmente dos pobres”.

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Segundo o Papa, citado pela agência Ecclesia, “o humor não ofende, não humilha, não cola as pessoas aos seus defeitos” e, dirigindo-se aos humoristas presentes, disse que eles “denunciam os excessos do poder, dão voz a situações esquecidas, evidenciam abusos, apontam para comportamentos desadequados”.

“O que vou dizer a seguir não é uma heresia: quando conseguem fazer com que sorrisos inteligentes brotem dos lábios, mesmo de um só espetador, vocês também fazem sorrir Deus”, disse Francisco, sublinhando que o riso “ajuda a quebrar as barreiras sociais”.

[Já saiu o quinto episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo episódio, aqui o terceiro episódio e aqui o quarto episódio]

Para o pontífice, é necessário aprender com os humoristas, pois “o riso do humor nunca é contra alguém, mas é sempre inclusivo, proativo, desperta abertura, simpatia e empatia”.

Na sua intervenção, no Palácio Apostólico, o Papa exortou os humoristas a continuarem a “animar as pessoas, especialmente aquelas que têm mais dificuldade em encarar a vida com esperança”.

Durante o encontro, que incluiu também, por exemplo, o humorista brasileiro Fábio Porchat e os norte-americanos Jimmy Fallon e Chris Rock, o Papa Francisco sublinhou ainda que num momento em que existem “tantas emergências sociais”, os humoristas “têm o poder de espalhar a serenidade e o sorriso”. “É mais fácil rir em conjunto do que sozinhos.”

No final, Francisco cumprimentou pessoalmente todos os participantes. Este encontro foi organizado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, presidido pelo cardeal português José Tolentino Mendonça, e pelo Dicastério da Comunicação da Santa Sé.