Há 20 anos, a 24 de junho de 2004, Ricardo entrou para a história da Seleção Nacional. Nas grandes penalidades que decidiram os quartos de final entre Portugal e Inglaterra, o guarda-redes defendeu um penálti sem luvas e marcou outro, atirando a equipa de Luiz Felipe Scolari para as meias-finais e protagonizando um momento que se tornou uma memória coletiva nacional.

E precisamente 20 anos depois, por mero acaso ou talvez não, foi um guarda-redes a surgir na conferência de imprensa diária da Seleção no Euro 2024. Em Marienfeld e antes do treino, a dois dias da partida contra a Geórgia, Diogo Costa respondeu às perguntas dos jornalistas e foi naturalmente questionado sobre se já tinha falado com Ricardo, agora treinador de guarda-redes de Portugal, sobre o momento de há duas décadas.

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“Não, ainda não falámos sobre isso. Mas, da minha parte, é sempre um privilégio partilhar momentos únicos com o Ricardo. Que me passe sempre todos os conselhos para defender penáltis. Mas acho que será sempre com luvas…”, brincou o jogador do FC Porto, que deu a entender que Roberto Martínez vai lançar um novo titular na baliza da Seleção contra a Geórgia, já que Portugal já está apurado e com o primeiro lugar do Grupo F garantido.

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“Estou preparado para tudo o que tiver de acontecer. Trabalho todos os dias da mesma maneira para representar a minha equipa e o meu país. [Roberto Martínez] já admitiu que seria um novo número 1. Tal como já disse aqui, o respeito que tenho pelo [José] Sá e pelo Rui [Patrício] é enorme, estou sempre a representá-los dentro de campo. Mas ainda não disse. O mais importante é ganharmos em campo”, indicou.

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Depois de pedir que não lhe façam perguntas sobre o momento do FC Porto, porque o que “realmente interessa agora é a Seleção”, Diogo Costa abordou a capacidade defensiva da equipa. “Temos tido uma equipa muito sólida defensivamente. A equipa está muito unida e isso é um dos motivos que faz com que a bola não chegue tantas vezes à nossa área. Esses momentos defensivos, que não têm acontecido muito, são algo que prova o bom desempenho da nossa equipa”, afirmou, sublinhando ainda que Pepe está “preparado para continuar e ao mais alto nível”.

“Acima de tudo, há amizade neste grupo. Claro que cada um tem a sua ambição de jogar e dar o seu contributo em prol da Seleção. Mas sabemos que o mais importante é que a Seleção ganhe. Há uma amizade bem sólida entre nós e é isso que vai dar-nos muita força para o Euro”, acrescentou, antes de deixar a ideia de que conquistar o Euro 2024 seria uma “grande loucura”, uma “alegria imensa” e “algo indescritível”.

Por fim, Diogo Costa recordou os Pinheirinhos de Ringe, o clube da Vila das Aves onde deu os primeiros passos, assim como Vitinha. “Estou muito orgulhoso desse trajeto, foi onde eu comecei, lá ao lado da minha casa. É um orgulho muito grande representar os Pinheiros de Ringe. Na altura, não pensava muito na baliza, apenas em rematar. Tive de experimentar uma posição, fiquei-me pela baliza e correu muito bem”, terminou.

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