Mais de mil pessoas foram detidas em casos relacionados com os motins anti-imigração que atingiram o Reino Unido nas últimas duas semanas, adiantou esta terça-feira polícia britânica.

“As forças policiais de todo o país fizeram mais de 1.000 detenções relacionadas com os recentes distúrbios violentos”, referiu o Conselho Nacional de Chefes de Polícia (NPCC, em inglês).

Outras 575 pessoas também foram acusadas, enquanto vão decorrendo os julgamentos de alegados participantes nos distúrbios.

Os motins, os mais graves no Reino Unido desde 2011, afetaram dezenas de cidades e aldeias em Inglaterra e na Irlanda do Norte, na sequência do ataque com faca que causou a morte a três raparigas, uma delas lusodescendente, em 29 de julho.

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Os rumores sobre o suspeito, falsamente apresentado como um requerente de asilo muçulmano, foram espalhados por relatos da extrema-direita nas redes sociais, causando os violentos protestos anti-imigração nas ruas nos dia seguintes ao ataque.

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Muitas pessoas também foram detidas por publicações de ódio online.

Apesar de a desordem ter acalmado antes do fim de semana passado, o Governo prometeu punir os manifestantes.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, prometeu que a justiça agirá rapidamente contra os responsáveis pelos motins e na segunda-feira saudou o “desanuviamento” verificado no fim de semana.

O gabinete de Starmer saudou também esta “resposta rápida do sistema judicial”, que permitiu “no espaço de alguns dias deter, indiciar, condenar e encarcerar criminosos”.

Entre os julgados esta terça-feira estava uma rapariga de 13 anos, que admitiu ter feito ameaças à porta de um hotel que alojava requerentes de asilo na localidade de Aldershot.

Um homem, John Honey, declarou-se culpado de participar no ataque a um carro que transportava três romenos e de agredir polícias durante tumultos em Hull (nordeste de Inglaterra).

Honey também se declarou culpado de roubo ao participar no assalto de várias lojas.