Siga aqui o liveblog sobre a guerra na Ucrânia
O ex-Presidente norte-americano e atual candidato republicano à presidência, Donald Trump, recebeu esta sexta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Trump Tower em Nova Iorque. O chefe de Estado ucraniano justificou o encontro com o facto de a Ucrânia continuar a precisar de ajuda, independentemente de quem esteja na Casa Branca depois das eleições de novembro.
Antes de se reunirem em privado, Trump e Zelensky fizeram uma breve conferência de imprensa, em que o ex-Presidente norte-americano afirmou ser “uma honra” receber Zelensky, uma vez que “já passou por muito”. Por sua vez, o Presidente ucraniano agradeceu a oportunidade, notando que o último encontro entre os dois foi há já cinco anos. “Agora, há muitos desafios na Ucrânia e nos Estados Unidos que quero discutir consigo. Acho que temos uma visão comum: que a guerra tem de ser parada e Putin não pode ganhar“, afirmou Zelensky.
A reunião entre Zelensky e Trump surge na sequência de uma troca de críticas entre os dois: o norte-americano criticou a insistência ucraniana em resistir à invasão russa, enquanto Zelensky acusou JD Vance, o vice de Trump, de ser “demasiado radical”. Neste cenário, o Presidente ucraniano explicou por que motivo ainda assim quis reunir com Trump. “É muito importante partilharmos os nossos planos. Percebemos que não conseguimos parar Putin até novembro e vamos continuar a precisar do apoio dos Estados Unidos depois de novembro”, respondeu. Na quinta-feira, o Presidente ucraniano já apresentou estes mesmos planos à outra candidata norte-americana, a vice-Presidente Kamala Harris.
“Podiam ter desistido um bocado e todos estariam vivos”, afirma Trump sobre resistência ucraniana
Já Donald Trump respondeu a uma questão sobre as suas expectativas para a reunião, afirmando que não tinha nenhuma. O candidato republicano preferiu destacar a “ótima relação” que tem, tanto com Zelensky, como com o Presidente russo, Vladimir Putin, e ainda a posição firme que diz ter sido assumida pela Presidente ucraniano durante a tentativa de impeachment a Trump, em 2021. “Ele podia ter-se feito de fofinho, mas não o fez. Ele disse ‘o Presidente Trump não fez nada de mal’. Ele disse isso alto e bom som e a fraude do impeachment morreu logo ali. Nunca lhe tinha dito isto, mas ele foi como um pedaço de metal”, argumentou o ex-Presidente.
Aparentemente desconfortável, Zelensky interrompeu esta declaração, notando: “Espero que nós tenhamos uma relação melhor [do que com Putin]”. Na resposta, o norte-americano lembrou que “são precisas duas pessoas para dançar o tango”. O candidato republicano tentou quebrar o momento tenso, afirmando que só o facto de “estarem juntos é bom sinal”. “Muito antes do dia 20 de janeiro, quando eu assumir a Presidência, vamos conseguir algo com para ambas as partes”, rematou Donald Trump, insistindo que pode pôr fim à guerra.
Kamala Harris critica plano de paz prevendo “capitulação” de Kiev perante Rússia