As autoridades italianas intercetaram uma rede criminosa europeia de grande escala que fabricava e comercializava falsificações de peças de arte de alguns dos artistas mais famosos do mundo, incluindo Banksy, Picasso e Van Gogh.
No esforço de desmantelamento da organização criminosa, 38 pessoas foram colocadas sob investigação em Itália, Espanha, França e Bélgica por suspeitas de manipulação de bens roubados, falsificação e venda ilegal de peças de arte, segundo um comunicado conjunto da polícia militar italiana com o gabinete dos procuradores de Pisa, consultado pela Reuters.
Mais de 2.100 peças falsas foram, entretanto, apreendidas, totalizando um valor de mercado que poderia potencialmente atingir os 200 milhões de euros, de acordo com os investigadores. Foram ainda descobertos seis ateliês onde as falsificações eram criadas: um em Veneza, dois na região italiana da Toscana e os restantes espalhados pela Europa.
A investigação foi auxiliada por uma parte interessada em retirar as falsificações do mercado. De acordo com a procuradora-geral de Pisa, Teresa Angela Camelio, especialistas do arquivo de Bansky, renomado artista urbano inglês, ajudaram a desmantelar a rede no que descreveram como “a maior ação de proteção da obra de Banksy”. Camelio afirmou que as falsificações poderiam estar a ser vendidas por valores “parecidos com os dos originais dos artistas”, caso a rede não tivesse sido desmantelada.
No site Pest Control, que representa o artista natural de Bristol, podemos encontrar a indicação de que as imitações do seu trabalho são comuns. Avisa-se ainda àqueles que querem comprar peças autênticas para prestarem atenção a “falsificações caras”.
Para além de Bansky, outros artistas cujas obras foram alegadamente falsificadas são Andy Warhol, Claude Monet, Salvador Dalí, Marc Chagall, Francis Bacon, Piet Mondrian e Paul Klee.
Na verdade, foi o nome de um artista italiano que chamou à atenção das autoridades para a potencial existência de uma rede em grande escala. Em 2023, 200 falsificações de peças de Amedeo Modigliani foram apreendidas da coleção privada de um homem de negócios em Pisa. Essas obras levaram as autoridades a falsificações que eram vendidas por leiloeiras, que, por sua vez, estavam ligadas a um grupo que se especializava em imitações de Banksy e Warhol.
Os investigadores contam que, procurando ganhar reputação no meio do negócio de arte, os suspeitos chegaram organizar duas exposições de Banksy — com catálogo publicado, inclusive — em locais de prestígio em Itália.
editado por Dulce Neto