O ex-ministro da Administração Interna socialista Eduardo Cabrita considera que a comunicação ao país feita esta quarta-feira à noite por Luís Montenegro foi “desajustada”, para fazer “um anúncio sem novidade”.
“Foi um anúncio sem novidade, numa intervenção desajustada. Existe um grande consenso nacional, no quadro político e nos comentadores, sobre o total desajustamento quanto ao modo e quanto à substância”, defendeu Eduardo Cabrita, na tarde desta quinta-feira, no programa Tira Teimas, da rádio Observador.
O ex-ministro de António Costa defendeu que a comunicação do primeiro-ministro “foi promotora do sentimento de insegurança”. “É aquilo que não se espera que o governo faça. Portugal é um dos países mais seguros do mundo”, sublinhou.
Eduardo Cabrita considera que Montenegro anunciou um reforço de meios que já estava previsto. “Em matéria de investimentos, desde 2017 existe uma lei programação dos investimentos nas forças e serviços de segurança. Envolve tecnologias, equipamentos de proteção. Nessa lei, de 2022 a 2026, estão previstos 64 milhões de euros para a aquisição de veículos. Previa-se 20 milhões em 2024 e 16 milhões em 2025″, vincou o ex-ministro socialista. Para Cabrita, “a segurança em Portugal não é, no essencial, um problema”.
“Desde 2015 que Portugal está no top 10 do Global Peace Índex. O primeiro-ministro não sabe, não conhece. Isto não significa que não existam problemas, têm é de ser antecipados e resolvidos”, defendeu.
Guterres e António Costa seriam candidatos “praticamente imbatíveis”
Questionado sobre as próximas eleições presidenciais (que vão ter lugar dentro de pouco mais de um ano), o ex-ministro da Administração Interna lamentou que António Guterres e António Costa estejam “indisponíveis” para ir a votos, uma vez que seriam candidatos quase “imbatíveis”.
“Os dois melhores candidatos da área socialista estão indisponíveis, um é secretário-geral da ONU e outro é presidente do Conselho europeu. São dois candidatos praticamente imbatíveis”, disse Cabrita, no programa Tira Teimas, da rádio Observador.
Para o socialista, “é fundamental” que o próximo Presidente da República consiga unir os portugueses.