A ministra da Administração Interna da Alemanha, Nancy Faeser, afirmou esta segunda-feira que há indícios de que Taleb A., o saudita suspeito do ataque mortal a um mercado de Natal, há 10 dias, sofre de doença mental. “Há sinais evidentes de uma psique patológica”, garantiu a governante em declarações aos jornalistas esta segunda-feira, citada pela Agence France Presse.
Faeser acrescentou que é preciso aprender lições a partir deste ataque que matou cinco pessoas no dia 20 de dezembro. Nomeadamente sobre como detetar potenciais “perpetradores psicologicamente perturbados e movidos por teorias da conspiração confusas”. “Estes atacantes não se enquadram em nenhum perfil de ameaça”, afirmou, avisando que os serviços de segurança precisarão de ‘outros indicadores e planos de ação’ para lidar com eles.
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A ministra falou à imprensa logo depois de ter respondido a perguntas dos deputados alemães numa comissão parlamentar à porta fechada em que foi analisado o atropelamento que, além das vítimas mortais, provocou mais de 200 feridos. Destacou também as “dezenas de milhares de tweets” que o homem, detido no local do ataque, tinha publicado ao longo dos anos e que ainda não tinham sido examinados. “Isso explica porque é que ainda não está tudo em cima da mesa… quem sabia, quais as pistas e o que foi transmitido e quando deve ser cuidadosamente esclarecido”, assegurou ainda.
Como revelado pela imprensa alemã nas horas que se seguiram ao ataque, o homem suspeito do atropelamento mortal foi entrevistado por um site dedicado à partilha de conteúdo centrado na defesa dos “valores judaico-cristãos”, apenas dias antes de galgar um mercado de Natal com um carro e matar cinco pessoas.
Na entrevista, o árabe é descrito como ativista. “O seu ativismo começou em 2016, quando uma mulher saudita o contactou no Twitter [ndr: agora X], procurando desesperadamente ajuda para escapar à perseguição islâmica“, refere-se na apresentação.
Cinco mortos e mais de 200 feridos no ataque a mercado de Natal na Alemanha
A revista alemã Der Spiegel analisou as contas de redes sociais que se pensam ser do atacante. Taleb A. que tem um historial de presença online extenso, mostra-se nas publicações como simpatizante da AfD, o partido de extrema-direita alemão, que já veio garantir que o saudita não é militante nem fez qualquer pedido de adesão. Há oito anos, escreveu no Twitter que queria iniciar um projeto com o partido: uma academia para ex-muçulmanos.