Dezenas de pessoas concentraram-se nests sábado, em frente à Embaixada da Arábia Saudita em Londres, em protesto contra as 47 execuções efetuadas hoje no país árabe, incluindo a do religioso xiita Nimr Baqir al-Nimr. Um porta-voz da Amnistia Internacional, Shane Enright, que esteve presente na manifestação, censurou todas as mortes e disse que Baqir al-Nimr foi apenas condenado por ser dissidente e “expressar os seus pontos de vista de forma pacífica”. Para Shane Enright, trata-se de “uma violação flagrante dos direitos humanos mais fundamentais”.
A execução de Nimr Baqir al-Nimr gerou protestos no Médio Oriente e em amplos setores no Reino Unido, onde o Partido Trabalhista, na oposição, pediu ao Governo para que inste a Arábia Saudita a respeitar os direitos humanos.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico declarou que “o Reino Unido condena a pena de morte, em todas as circunstâncias e em todos os países”, assegurando que Londres manifesta, com frequência, as suas preocupações quanto aos direitos humanos em Riade.
As autoridades sauditas executaram hoje 47 pessoas condenadas por terrorismo, gerando a revolta entre a comunidade xiita no Médio Oriente.
A execução em massa e em simultâneo, realizada em 12 zonas da Arábia Saudita, por meio de decapitações com sabre e fuzilamentos, é a maior efetuada há várias décadas no reino saudita, onde aumentou a prática deste tipo de pena, desde a chegada ao trono, em 2015, de Salman bin Abdelaziz.
A morte do líder religioso xiita Nimr Baqir al-Nimr, detido em 2012 por alegadamente apoiar distúrbios contra as autoridades sauditas, em Al-Qatif, no leste do país, e onde a maioria das pessoas é xiita, suscita receios sobre o futuro do seu sobrinho, Ali Mohamed al-Nimr, e de outros jovens xiitas, presos quando eram ainda menores.