Portugal ocupa a 21.ª posição entre 37 países da Europa, Médio-Oriente e África no que se refere ao salário médio líquido anual de um profissional sénior, num ranking liderado pela Suíça, Noruega e Dinamarca.

De acordo com as conclusões de um estudo da consultora Mercer sobre os custos totais do trabalho no mundo, divulgado esta segunda-feira, em Portugal o valor médio de salário líquido anual para profissionais seniores é de 28.194 dólares (22.198 euros), o que compara com os 129.329 dólares (10.1826 euros) da líder Suíça, os 98.778 dólares (77.771 euros) da Noruega (que surge na segunda posição) e os 95.137 dólares (74.905 euros) da Dinamarca (terceiro lugar). No extremo inverso surge a Argélia, cuja remuneração média anual é de 14.181 dólares (11.165 euros).

Já nos países analisados na região Ásia-Pacífico, a Índia surge com o salário líquido anual mais baixo para um profissional sénior, 6.585 dólares (5.185 euros), sendo que este valor representa apenas 10% do salário mais elevado oferecido na mesma região — 67.358 dólares (53.034 euros) pagos na Austrália para a mesma função.

Quanto ao continente americano, o primeiro lugar é ocupado pelo Canadá, que regista um valor de 64.107 dólares (50.474 euros), seguido dos EUA com 61.152 dólares (48.147 euros) e de Porto Rico com 55.897 dólares (44.010 euros), enquanto em último lugar surge o México, com 22.317 dólares (17.571 euros).

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Entre os países avaliados, a Mercer destaca ainda a França como o que apresenta o valor mais alto de contribuição obrigatória do empregador sobre a percentagem do salário-base anual (45,2%), sendo que, na América, o país em que o peso do salário em proporção ao total de custos de trabalho é mais alto para cargos de administração e posições seniores é os EUA.

No trabalho faz-se notar que um salário-base anual elevado “não corresponde, necessariamente, ao custo total de um colaborador para uma empresa”, já que “o custo total de contratar alguém implica a soma de todos os custos diretos e indiretos atribuídos aos colaboradores, o que inclui o salário-base, benefícios, contribuições para a Segurança Social e impostos”. “O custo total de contratar um colaborador é consideravelmente mais elevado do que apenas o seu salário mensal, embora os colaboradores utilizem esta medida para avaliar outras potenciais posições similares no mercado”, refere o responsável de Estudos de Mercado da Mercer Portugal, Tiago Borges.

Neste sentido, sustenta, também “as empresas quando contratam devem ter a responsabilidade de não só obter uma compreensão completa dos custos totais — por posição e geograficamente — e como é que estes se comparam no mercado, como também comunicar o valor real dos pacotes de compensação para os atuais e potenciais colaboradores”. “Desenhar um pacote de compensação atrativo que favoreça tanto o colaborador como o empregador é um dos principais e mais difíceis desafios dos departamentos de recursos humanos, especialmente para organizações multinacionais que têm de considerar o custo total de contratações, o qual implica a soma da remuneração total anual mais as contribuições obrigatórias do empregador”, sustenta.