O transplante de células do epitélio da retina derivadas de células estaminais embrionárias, parece ser eficaz no tratamento de algumas formas de degeneração macular, uma condição associada à velhice e caracterizada por cegueira progressiva. A Advanced Cell Technology anunciou a publicação de um estudo na revista Lancet onde apresenta os resultados do transplante efetuado em 18 doentes.

Seis meses depois de transplantados, 13 dos doentes apresentam bons resultados na aceitação do transplante e 10 deles, melhorias significativas na visão — recuperaram, por exemplo, a capacidade de conduzir. As células estaminais, que têm a capacidade de se transformar em qualquer célula “madura”, foram obtidas a partir de embriões, o que levanta questões éticas, “um debate científico e filosófico”, como nota o espanhol El Mundo. A legislação de alguns países é muito restritiva no uso de células obtidas a partir de embriões fora do âmbito científico. A comunidade científica vê estes resultados com prudência, mas este “êxito clínico” com células estaminais embrionárias demonstra a utilidade biomédica destas células em pacientes humanos e por isso promete (re)acender o debate.

A degeneração macular a principal causa de cegueira e está associada ao avanço da idade e carateriza-se por danos no centro da retina e consequentemente, pela perda do campo de visão central. A “visão nublada” é o principal sintoma e na esmagadora maioria dos casos a perda de visão é progressiva.

O estudo ainda se encontra numa fase inicial, mas o transplante de células capazes de regenerar este tecido pode bem vir a ser uma solução a médio prazo. Steven Schwartz, co-autor do artigo, afirma que em 2020 este tipo de transplante pode ser aplicado em grande escala. Com o envelhecimento progressivo registado na sociedade ocidental, a Advanced Cell Technology nota que por essa altura, o número de pessoas com degeneração macular será de cerca de 200 milhões.

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