O primeiro-ministro António Costa diz que a “Europa só será credível enquanto projeto comum no dia em que o sr. Dijsselbloem deixar de ser presidente do Eurogrupo”. Numa reação dura às palavras do presidente do Eurogrupo, Costa considerou o discurso “racista, xenófobo e sexista” e garantiu que os povos a que o holandês se referia estão “profundamente ofendidos por estas declarações”.

As palavras do “Sr. Dijsseblbloem são absolutamente inaceitáveis”, afirmou Costa. “E são, também, muito perigosas, porque demonstram bem qual é o perigo do populismo e que o perigo do populismo não está só na coragem daqueles que assumem que o são. Mas está, também, naqueles que vestem pele de cordeiro e fazem discursos racistas, xenófobos e sexistas, como foi aquele discurso do sr. Dijsselbloem”.

“Numa Europa a sério, o sr. Dijsselbloem já estava demitido. É inaceitável que uma pessoa que tem um comportamento como ele teve, uma visão xenófoba, racista e sexista sobre parte dos países da União Europeia possa exercer funções de presidência de um organismo como o Eurogrupo”.

“Estamos perante muitas ameaças e a essas ameaças temos de responder com mais unidade europeia. Unidade não se constrói estigmatizando uns contra os outros mas, pelo contrário, com respeito e um esforço de grande unidade. Portugal não tem lições a receber do sr. Dijsselbloem em coisa nenhuma. Portugal cumpriu escrupulosamente todos os seus compromissos com a União Europeia”, salientou António Costa.

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“A Europa não se faz com Dijsselbloems“, rematou o primeiro-ministro.

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António Costa acrescentou que “a Europa só será credível como projeto comum no dia em que o sr. Dijsselbloem deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro relativamente a todos os países e estes povos foram profundamente ofendidos por estas declarações”.

As declarações de Costa foram proferidas numa curta conferência de imprensa no Estoril.

Quanto ao relatório técnico do Banco Central Europeu, sobre as conclusões da missão da Comissão Europeia, que acusa Portugal de não estar a fazer as reformas estruturais, António Costa desvaloriza-o dizendo que “assenta em dados desatualizados”.