O Eurogrupo já terá discutido o cenário da saída da Grécia da zona euro e também do Chipre, em caso de saída da Grécia, noticia nesta sexta-feira a revista alemã Der Spiegel. Numa altura em que os técnicos da troika se começaram a reunir com as autoridades gregas para iniciar os trabalhos técnicos relacionados tendo em vista a reunião do Eurogrupo de segunda-feira, a revista alemã diz que todos os cenários estão em cima da mesa.

A possibilidade de saída da Grécia do euro fez com que os responsáveis europeus colocassem também a possibilidade de Chipre ter de abandonar a moeda única, devido à ligação muito próxima que tem com a economia grega (o Chipre e a Grécia são os únicos dois países da zona euro que permanecessem sob programas de resgate). Ainda assim, diz a revista, será mais provável o Chipre receber mais ajuda financeira dos parceiros europeus do que sair da zona euro.

Nas discussões, os responsáveis da zona euro ter-se-ão demonstrado convictos que um eventual abandono dos dois países da união monetária seria suportável, numa altura em que a crise está mais controlada e as condições nos mercados estão mais estáveis, mesmo com a crise na Grécia a ganhar novos contornos.

Klaus Regling, presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, citado pela revista, não parece tão confiante. A saída da Grécia da zona euro teria consequências graves e acabaria por ser a solução mais cara para todos, não apenas para a Grécia, mas também para a Alemanha e os restantes países do euro.

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Trabalhos em curso

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, voltou a meter a aquecer o debate e diz-se “pessimista” quanto à possibilidade de um acordo na reunião de segunda-feira. À televisão holandesa, Dijsselboem mostrou-se “muito pessimista” quanto à possibilidade se chegar a um acordo na segunda-feira, depois de na quarta-feira a reunião extraordinária não ter chegado a acordo nem para um comunicado conjunto.

O programa da Grécia termina no próximo dia 28 de fevereiro, após uma extensão de dois meses concedida ao anterior Governo. O atual Governo não quer estender o programa, pedindo antes aos parceiros um corte parcial no valor da sua dívida.

O Governo grego, citado pelo jornal grego Khatimerini, diz que o caminho em direção a um acordo ainda não foi percorrido mas que já foram dados passos importantes nesse sentido.