razões para estar otimista quanto ao desempenho da economia portuguesa em 2015, afirmam economistas do banco holandês ING numa nota de análise aos números do produto interno bruto (PIB) divulgados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O banco salienta que o crescimento de 0,5% da riqueza no quarto trimestre foi melhor do que o previsto e isso alimentou a visão positiva que o banco tem para o crescimento em Portugal em 2015. “As perspetivas [para a economia portuguesa] devem continuar a melhorar, ainda que de forma gradual“, diz o ING, apontando para três fatores positivos que vão estimular a economia em 2015.

Preços do petróleo mais baixos, um euro mais fraco e condições acomodatícias de política monetária constituem, no seu conjunto, uma troika de condições benéficas que devem impulsionar o crescimento ao longo deste ano, ainda que de forma gradual”. São estas as palavras de Anthony Baert, economista do ING, em nota que foi enviada aos clientes do banco de investimento.

O petróleo mais barato já está a ser um fator de alívio da fatura energética das empresas e dos consumidores nacionais e poderá ser um fator crucial para o investimento e, também, para o consumo. Por outro lado, o euro mais fraco – nos últimos 12 meses cai quase 17% face ao dólar – tenderá a impulsionar os resultados das empresas exportadoras, tornando os seus produtos mais competitivos no mercado global e mais rentáveis quando consolidados em resultados em euros. Finalmente, o terceiro fator da troika é a política do Banco Central Europeu (BCE), que mantém as taxas de juro em mínimos históricos (0,05%) e lançou a 22 de janeiro um programa de estímulos de inédito na zona euro. Um programa que deverá contribuir para custos de financiamento mais baixos para o Estado e para as empresas.

Crescimento “acima das expectativas” no quarto trimestre

O INE informou na sexta-feira que o PIB nacional cresceu 0,9% em 2014, uma décima abaixo do esperado pelo Governo na última estimativa que fez na proposta de Orçamento do Estado para 2015. O crescimento trimestral de 0,5% ficou “acima das nossas expectativas”, diz o ING, admitindo, contudo, que o indicador possa vir a ser revisto em baixa tendo em conta alguns dados avançados já divulgados como as vendas a retalho e a produção industrial.

Ainda assim, o ING confia que apesar de “a retoma ser ainda muito frágil”, a atividade económica deverá ser mais robusta ao longo deste ano. O que ajudará o governo a baixar o défice orçamental para “cerca de 3% do PIB” e a dívida “pode descer para perto, mas ainda acima, de 120% do PIB”, calcula o banco holandês.

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