Seja nas traseiras de uma loja de ferragens, a um passo do mar, no cimo de umas escadas à beira rio ou num palacete romântico do século XIX: as esplanadas, finalmente, reabriram.
A evolução da pandemia em Portugal aparenta ter estabilizado o suficiente para os especialistas no assunto darem luz verde para o regresso aos restaurantes, cafés, padarias e afins mas, por muito que ainda seja só um retomar parcial, limitado aos espaços exteriores, é mais do que boa notícia, tanto para os clientes desertos de apanhar ar e aproveitar o bom tempo dos últimos dias como para o setor da restauração que ainda atravessa um momento delicado.
De norte a sul do país, vários negócios, de todas as formas e feitios, montaram as suas mesas exteriores — limitadas a quatro pessoas, como manda a regra — e, com todo o respeito pelo distanciamento de segurança, querem voltar a vê-lo. São largas centenas (talvez até milhares) os espaços que se encaixam neste exemplo mas, perante a impossibilidade de enumerar todos eles, nas linhas que se seguem aparecem apenas 27 dos melhores ou mais diferentes. Dê-lhes uma oportunidade e, mesmo que nenhum deles lhe encha as medidas, regresse aos que já conhece e gosta e aproveite este gostinho a liberdade.
Plano
Rua da Bela Vista à Graça, 126, Lisboa. Segunda a sexta-feira, das 12h30 às 15h30. Reservas em 933 404 461 ou reservas@planorestaurante.com. Preços entre os 45€ e os 115€ (só menu de degustação).
O primeiro projeto a título próprio do chef Vítor Adão é um oásis no meio da cidade: um pátio amplo, caiado de branco e com direito a piscina e muito verde. É neste cenário que vai poder almoçar, sempre que as condições meteorológicas assim o permitirem, e provar um dos dois menus de degustação que o chef tem disponível — um com cinco e outro com nove momentos. Os pratos mantêm-se fiéis à identidade gastronómica de Adão: forte influência portuguesa, especialmente da zona de Trás-os-Montes (o berço de Vítor), sob um olhar mais contemporâneo. O pairing de vinhos está disponível e acresce em 30 ou 40 euros o valor dos menus (o de cinco e o de nove pratos, respetivamente).
Pigmeu
Rua 4 de Infantaria, 68, Lisboa. Segunda a sexta-feira, das 12h às 15h e das 18h30 às 22h. Reservas em www.pigmeu.pt/reservas. Preço médio 30€.
O restaurante que se orgulha de servir “de tudo um porco” volta a receber amantes de tudo o que tenha a ver com estes animais, sempre banhados com os chamados vinhos naturais. Este projeto de Miguel Peres que esteve em constante mudança e adaptação às limitações da pandemia (criou uma espécie de mercearia própria, por exemplo) vai apresentar um “best of” dos pratos mais populares do espaço e juntar-lhes algumas novidades do Reco Reco, projeto de take-away e delivery que criou recentemente. Conte com sugestões como os deliciosos pastéis de massa tenra da avó Mercedes (4 uni., 7,20€), o katsu sando (14€), a grãozada com cabeça fumada (12,9€) ou a famosa bifana “Porcalhona de Campo de Ourique” (7,50€).
Vino Vero
Travessa do Monte, 30, Lisboa. Segunda à sexta-feira, das 16h às 22h. Reservas em 218 863 115. Preço médio 25€.
O irmão lusitano do original veneziano tornou-se poiso sagrado para os amantes do chamado vinho natural (de intervenção mínima, produção biológica, etc), nacional e internacional, muito por culpa também dos petiscos criativos que foram servindo também. Com a luz verde para a reabertura das esplanadas não hesitaram em voltar a receber clientes, ainda para mais porque a rua onde se encontram foi totalmente remodelada e melhorada e há ainda mais condições para trazer os pratos e os copos cá para fora. A ementa é muito sazonal por isso muda com frequência. Em tempos já serviram misturas como cogumelos à Bulhão Pato (6€), polvo com batata (11€) ou gaspacho com cereja (5€), a par das tábuas de queijos e enchidos. Assim sendo, tome essas referências como exemplo e avance sem medo para a sua reserva.
O Frade
Calçada da Ajuda, 14, Lisboa. De terça-feira a domingo, das 12h às 15h e das 19h às 22h30. Reservas em 939 482 939. Preço médio 25€.
Apesar de morar na zona de Belém, este O Frade é uma verdadeira embaixada alentejana no que toca a comeres e beberes. Sob a batuta do jovem chef Carlos Afonso, esta casa apostou na comida típica desta zona do país mas feita de forma mais contemporânea, com truques e técnicas de quem passou muitos anos em alguns dos melhores restaurantes Michelin de Portugal e o mundo. Desengane-se quem achar que isso é sinónimo de formalismo — nada disso. O famoso balcão onde atendiam os seus clientes deu lugar a uma totalmente nova zona de esplanada onde já vai poder provar delícias como o tártaro de carne maturada, umas línguas de bacalhau, o pica-pau de porco Alentejano ou o sarrajão marinado.
Comida Independente
Rua Cais do Tojo, 61, Lisboa. De terça a sexta-feira, das 15h às 22h (sábado e domingo das 10h às 17h). Preço médio de 10€.
Quem disse que uma mercearia só pode vender comida e bebida para desfrutar em casa? Com a ordem de soltura que foi dada à utilização de esplanadas, vários negócios puseram cá fora as suas mesas e cadeiras de rua — e esta Comida Independente foi um deles. Sempre aliou à venda de produtos de pequenos produtores portugueses uma componente “wine bar” (com um ou outro petisco) e isso tudo está de volta. Passe por aqui e beba um copo de vinho na companhia de uma deliciosa sanduíche de pastrami caseiro.
Petisco Saloio
Av. Barbosa Du Bocage, 38, Lisboa. Segunda a sexta-feira, das 12h às 15h e das 19h às 22h30. Reservas em 913171965 ou 912832608. Preço médio de 20€.
Clássicos são clássicos e é precisamente nesse departamento que o lisboeta Petisco Saloio se especializa em comida típica portuguesa. Esta casa tradicional gerida por uma equipa muito jovem regressou em força ao serviço de esplanada e está a apresentar dois menus completos: ao almoço têm um a 8,50€ e à noite outro de 20€, tudo sempre apoiado pela carta de petiscos da casa com sugestões com o pica pau de novilho (6,90€), língua de vaca estufada (7,90€) ou salada de bacalhau (8,90€).
Tati
Rua Carrilho Videira, 20B, Lisboa. De segunda à sexta-feira, das 17h às 22h30. Reservas em 218 142 467. Preço médio 20€
Em tempos existiu na zona do Cais do Sodré um sítio mítico onde músicos de jazz improvisavam em jam sessions e comensais petiscavam e bebiam (bom) vinho dia e noite. Quis o boom turístico e especulativo que esse sítio fechasse portas mas, há quase um ano, essa casa reabriu com o mesmo espírito (mas sem a música, pelo menos por enquanto) num novo poiso. Falamos do Café Tati, casa de petiscos criativos e vinhos de todo o mundo que agora existe na zona da Penha de França. A sua esplanada generosa reabriu e na carta pode encontrar sugestões como patê de morcela e côco (5,50€), cachaço de porco com mostarda e alcaparras (7€), favas com aipo e morangos (6€) e muito mais. Passe por lá (reserve primeiro) e delicie-se.
Isco
Rua José d’Esaguy, 10D, Lisboa. Todos os dias, das 8h às 19h. 211 345 751. Preço médio 10€.
Na lista dos pequenos prazeres da vida, tomar o pequeno-almoço numa esplanada ao ar livre estará seguramente perto do topo. Numa das ruas movimentadas do bairro de Alvalade mora esta casa de padaria feita com recurso a fermentações lentas e naturais, seja de enormes pães de trigo e centeio ou de bolos e outras guloseimas. Até há pouco tempo estes produtos estavam todos disponíveis para entrega ao domicílio ou para compra in loco mas agora volta a ser possível acompanhar umas torradas com um belo café sentado na modesta zona exterior do Isco. Passe por lá e deixe-se levar pelas guloseimas.
Ruvida Restaurante
Praça da Armada, 17, Lisboa. De segunda a sexta-feira, das 12h às 15h30 e das 18h30 às 22h30. Preço médio 35€.
Parece que são o melhor restaurante italiano da península Ibérica e quem o diz é o prestigiado guia gastronómico italiano Il Gambero Rosso. Se nunca ouviu falar e tem curiosidade de conhecer este projeto de um casal italiano que se mudou de Bolonha para Lisboa não perca tempo e aproveite a ótima esplanada que têm montada à frente do seu restaurante, na zona de Alcântara. Toda a massa que lhe for servida (e não só, na verdade) é totalmente feita à mão, todos os dias. Prepare-se para encontrar alguns clássicos como o Ragú, por exemplo, mas também alguns pratos e produtos tradicionais italianos que para a maioria dos portugueses são desconhecidos.
Musa
(Fábrica Musa) Rua do Açúcar, 83, Lisboa. De segunda a sexta-feira, das 15h às 22h30. Reservas em 926 710 072. Preço médio 20€. || (Musa da Bica) Calçada Salvador Correia de Sá, 2A, Lisboa. De segunda a sexta-feira, das 15h às 22h30. Reservas em 213 420 201. Preço médio 20€.
Falar da cerveja artesanal Musa é o mesmo que falar dos seus dois espaços de comida e bebida, a Fábrica (que, como o próprio nome indica é o sítio onde é feita a cerveja) e a Bica. Depois de terem estado nos últimos tempos em modo take-away e delivery agora finalmente reabrem os seus espaços exteriores para servir comida que pede sempre a companhia de uma geladinha. Na Fábrica vai poder contar com sugestões como a gulosa sanduíche de picanha com molho chimichurri ou os espetinhos de corações de galinha. Já na Bica tem a decadente sanduíche de almôndegas, o clássico fish & chips.
Bômau
Rua Alexandre Herculano, 61, Lisboa. De segunda a sexta-feira, das 11h às 22h30. Reservas em 911 818 358. Preço médio 20€.
Uma das coisas fascinantes do mundo da restauração é a forma como o mundo inteiro consegue encaixar dentro das quatro paredes de uma casa de comidas e bebidas: nesse campeonato, o Bômau, é um bom exemplo disso. Criado por um casal natural da Índia mas que viveu vários anos na Califórnia antes de se mudar para Portugal, este restaurante é o concretizar de um sonho, o de juntar na mesma ementa especialidades de cantos do planeta tão distintos como México, Japão, Médio Oriente e muito mais. Depois de um período de confinamento que foi aproveitado para criar e idealizar novos pratos, o Bômau volta a receber clientes na sua esplanada. O universo sem fim dos cogumelos foi a inspiração mais recente que os fez introduzir estes fungos de diversas formas na sua oferta — veja-se o slider de cogumelos biológicos com cebola, molho chipotle e salada cítrica ou a salada sazonal, também com base de cogumelos ostra e com um molho de sésamo torrado e verduras frescas.
Sala de Corte
Praça Dom Luís I, 7, Lisboa. De segunda a sexta-feira, das 12h às 16h e das 19h às 21h (sábado e domingo das 9h às 13h). Preço médio 30€.
O terreno de jogo do chef Luís Gaspar volta ao ativo, em modo serviço exterior (claro), para voltar a servir a Lisboa e arredores os melhores pratos de carne da cidade. A especialidade da casa é a proteína animal — daqueles de quatro patas que fazem “Múúú” — e é por lá que encontra especialidades como um belo chuletón (85€/kg) ou a mais simples salada de rosbife (15€). Durante o fim de semana esta casa vai aproveitar para propor um serviço de brunch, das 9h às 12h, seguindo daí para a frente (entre as 12h e as 13h) com serviço à carta normal.
Zero Zero
Rua da Escola Politécnica, 32, Lisboa. De segunda a sexta-feira das 12h às 16h e das 19h às 21h (sábado e domingo das 9h às 13h). Preço médio 20€.
A chegada do tempo quente convida à utilização das esplanadas — ainda bem que reabriram — e para complementar esse cenário idílico nada melhor que uma bela pizza tradicional italiana. É precisamente neste campeonato que a Zero Zero se destaca (as várias que existem espalhadas pela cidade de Lisboa e que reabrem as suas zonas exteriores) como boa casa para pizzas de base fina e com os melhores produtos tradicionais italianos. Entre a clássica Margherita (11,50€) e a mais criativa Tonno e Cipolla (15,50€), com atum, cebola e mozzarella. Se preferir, claro, também tem algumas pastas e saladas por onde escolher.
Soão
Avenida de Roma, 100, Lisboa. De segunda a sexta-feira, das 12h30 às 15h e das 19h às 22h. Preço médio 35€.
Está também de regresso aquele que muitos classificam como um dos melhores restaurantes asiáticos da cidade, o Soão. Do sushi à street food, não há cantinho asiático que fique por explorar — até cocktails com uísque de Taiwan, por exemplo, vai encontrar — e isso tudo vai poder voltar a ser-lhe servido in loco na aconchegante e nova esplanada desta casa. Conte, portanto, com sugestões como o bao de carne wagyu e amendoim (10€), o caril verde ou vermelho (16 ou 17€) ou até o clássico Pad Thai de frango (18€) ou camarão (19€).
O Prego da Peixaria
(Alvalade) Avenida da Igreja, 34, Lisboa; (Saldanha) Avenida Praia da Vitória, 77B, Lisboa; (Algés) Praceta Professor Alfredo de Sousa, 5A, Algés. Reservas em 212 697 980, 213 540 360 e 217 651 591 (respectivamente). De segunda a sexta-feira, das 12h30 às 15h30 e das 19h às 22h . Preço médio 15€.
Aqui temos mais um regresso de um clássico. O Prego da Peixaria já conta com vários anos de sucesso e a prova disso é a quantidade de espaços da mesma marca que foram abrindo por toda a cidade de Lisboa e arredores. São três, no total, e todos eles voltaram a receber clientes nas suas zonas exteriores. Seja em Alvalade, Algés ou no Saldanha não vão faltar pratos como o clássico prego de salmão e choco em bolo do caco com tinta de choco (9,50€), o de camarão (9,50€) ou até o pica-pau de atum (8,50€).
Pasta Non Basta
(Alvalade) Rua Marquesa de Alorna, 17B, Lisboa. (Avenidas Novas) Avenida Elias Garcia, 180B, Lisboa. Reservas em 21 584 6772 e 217 979 214 (respetivamente). De segunda a sexta-feira, das 12h às 22h30 (fins de semana das 12h às 13h). Preço médio 20€
Ainda no campeonato dos italianos encontramos os dois espaços Pasta Non Basta, grupo de jovens portugueses que se dedicam a reconfortante e saborosa comida tradicional italiana. Com o “ok” para a reabertura das esplanadas não quiseram perder tempo e não só estrearam uma nova zona de esplanada coberta no espaço de Alvalade (o outro fica na Avenida Elias Garcia) como decidiram funcionar em horário contínuo, de manhã à noite, com fins de semana incluídos. Conte então com pratos como a bruschetta de presunto de parma com burrata (8,50€), os gnocchi com molho de tomate (8€), a clássica carbonara (13€) e todo um manancial de pizzas de vários sabores.
Panca
Rua do Padrão, 152 (Porto). 22 618 0602. Segunda a sexta, das 12h30 às 15h; das 18h às 22h30
Foi em 2016 que dois chefs sul americanos inauguraram a primeira cevicheria do Porto e arredores. Um é Camilo Janã, o chileno que comanda as cozinhas do Cafeína e da Casa Vasco, na Foz, outro é Ruy Leão, o brasileiro que pôs de pé a Shiko Tasca Japonesa, na Batalha, e, mais recentemente, a Tasca Asiática, também na Foz. Ambos aterraram no Norte há 15 anos, numa altura em que o país pouco ouvia falar do ceviche, o prato frio tipicamente peruano feito com peixe cru, cortado e marinado em sumo de lima. Começaram por abrir um espaço pop up no Parque da Cidade, em 2017 chegaram à baixa do Porto, acabando por fechar portas dois anos depois. O conceito regressa agora e instala-se nos 18 lugares da esplanada da Casa Vasco, pelo menos até ao dia 18 de abril, sendo provável que este verão ganhe outras moradas. A oferta mantém-se intocável: ceviches de peixe branco e salmão, regados com leite de tigre e acompanhados com purés de bata doce, abacate, aipo e pasta de sésamo, e, claro, as empanadas de carne com chili, camarão e queijo. Brinde a esta panca com pisco sour feito na casa.
Kug
Rua D. Manuel II, 178 (Porto). 22 099 3829. Segunda a sexta, das 12h às 22h; sábado e domingo, das 9h30 às 13h
Kitchen & Urban Garden é o significado do nome deste espaço um tanto ou quanto secreto em plena baixa do Porto. O Kug ocupa o rés-do-chão do Oporto Loft, um hotel aberto há cinco anos, vizinho do Palácio de Cristal, fica longe da confusão e privilegia o contacto com a natureza, onde os animais são bem-vindos e não faltam almofadas, puffs e baloiços para relaxar. O estrelado chef Rui Paula, da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, desenhou um menu especial que inclui propostas vegetarianas, arrojadas ou mais tradicionais, como o hambúrguer de lavagante, a pescada com risotto de lima, o polvo à lagareiro ou os ovos rotos. Ao fim de semana, vá em jejum e peça o brunch de um verdadeiro campeão com direito a ostras, ceviche de robalo, rosbife, bola de Berlim banoffee e um cocktail com ou sem álcool. No bar, reinam também vinhos nacionais, biológicos e de pequenos produtores.
Miradouro Ignez
Rua da Restauração, 252 (Porto). 93 522 4000. Segunda a sexta, das 11h às 22h30
Este era um dos locais preferidos do casal Iker Casillas e Sara Carbonero quando viviam no Porto e não admira, a paisagem altamente instagramável sobre o Douro e Vila Nova de Gaia falam por si. A esplanada do Ignez é protegida do típico vento do norte e nos 60 lugares disponíveis servem-se pratos 100% vegan, como a salada de rabanete e beterraba ou o hambúrguer de grão de bico, cogumelos e espinafres, mas também bebidas para todos os gostos, da famosa cerveja às sangrias mais elaboradas feitas com espumante. A partir do dia 19 de abril, o piso inferior terá direito a um restaurante comandando pelo chef José Pinto, onde a cozinha tradicional portuguesa dá nas vistas em pratos como o bacalhau com húmus de grão, o bife de alcatra com redução de vinho do Porto ou molho de queijo brie, o camarão com manga servido em tostas de milho ou o cheesecake de matcha. De barriga cheia, atente às intervenções de arte urbana, com assinatura portuense, espalhadas pela rua da Restauração.
Lapa Lapa
Avenida do Brasil, Praia do Molhe (Porto). 22 610 8011. Segunda a sexta, das 12h às 22h30; sábado e domingo, das 10h30 às 13h
Se para si uma boa esplanada é sinónimo de estar à beira-mar, saiba que este restaurante/bar, construído numa pérgola e a um passo da praia, devolveu alguma vida à zona do Molhe, na Foz. Com 50 lugares disponíveis, a esplanada é pincelada com tons quentes que fazem lembrar Marrocos, as cadeiras têm padrões às riscas, as plantas crescem em vasos XXL e há velas distribuídas em castiçais. Numa carta ampla assinada pelo chef Luís Américo, recheada de sugestões de carne e peixe na brasa, marisco, tártaros, pizzas e comida saudável, há novidades que apelam à partilha amigável e ao finger food, como é o caso das sandes de rosbife ou camarão ou dos tacos de atum e salmão, sendo que o polvo no forno com mandioca é uma das aposta da estação. Para garantir o seu lugar neste poiso com cheiro a maresia e vista para a cozinha a olho nu, é melhor reservar com antecedência, pois a procura costuma impor respeito.
Praça
Rua de Agramonte, 248 (Porto). 22 600 0360. Segunda a sexta, 12h às 22h30
A zona da Boavista está cada vez mais apetecível, gastronomicamente falando, e o Praça é um bom exemplo disso. Conhecido pela decoração descontraída, onde a Iemanjá convive com um dos sete anões da Branca de Neve, pelas tostas XXL feitas com pão rústico, o guacamole e, claro, os mojitos servidos em copos generosos, o restaurante tem uma pequena esplanada colorida, ideal para boas conversas a céu aberto. À mesa pode esperar rissóis de cogumelos e maionese de trufa, bombas de vitela galega com mostarda, batatas bravas ou croquetes de camarão e kimchi para começar. A carta tem influências que tocam os quatro cantos do mundo, como provam o fried rice, o pad thai ou o yakisoba, noodles de ovo, legumes e tofu. Para os mais carnívoros, há uma seleção de hambúrgueres com carne alentejana DOP, em pão brioche ou cristalino — uma espécie de pão de água alto e leve –, mas também peito de frango ou pulled pork com queijo cheddar. Ao finalizar a refeição, não se esqueça de pedir a bolacha negra com chocolate 70% e caramelo salgado ou o copo de iogurte grego com curd de maracujá ou limão.
WOW
Rua do Choupelo, 39 (Vila Nova de Gaia). 22 012 1200. Segunda a sexta, das 12h às 22h; sábado e domingo, das 9h às 13h
Aberto desde o verão passado, o World of Wine junta experiências museológicas, restaurantes, uma escola de vinho e várias lojas com produtos portugueses, dos sabonetes à cortiça, com uma vista sobre o Porto digna de um postal. Na praça central, onde todas as noites é exibido um vídeomapping temático, misturam-se, com a devida distância, esplanadas de quarto restaurantes diferentes. O VP, especialista em pratos tipicamente portugueses, do bacalhau com natas ao arroz de pato, o The Golden Catch, para os fãs do peixe da costa, do salmão ao robalo, o Root & Wine, com uma oferta vegetariana que vai do cevadotto ao caril de legumes, e o T&C, onde pode pedir a típica francesinha com um upgrade chamado vinho do Porto. Para ajudar a digestão, visite um dos museus do espaço e leve para casa uma tablete de chocolate da Vinte Vinte, uma marca produzida dentro de portas.
Aduela
Rua das Oliveiras, 36 (Porto). 22 208 4398. Segunda a sexta, das 10h às 22h30; sábado, das 10h às 13h
“Servimos quase tudo” é o que se lê à porta desta taberna-bar em plena baixa portuense, famosa pelo ambiente descontraído e especialmente concorrida quando o sol se põe. Situado entre o Teatro Carlos Alberto e as quase devolutas Galerias Lumière, o Aduela é rei e senhor da moda do vinho a copo, tem mais de 20 referências diferentes só em vinho branco e o selo nacional está quase sempre presente nas garrafas. Para petiscar, há tapas para partilhar, conservas portuguesas, tábuas de queijos, tostas abertas e bolos caseiros diferentes todos os dias para os mais gulosos. Ao sábado, pode contar com um brunch de 10€ totalmente personalizado, onde os ovos com espargos e bacon, a bowl de iogurte, muesli e fruta laminada, as torradas com doce, o sumo de laranja ou até mesmo uma flute de champagne são opções. A esplanada, composta por mobiliário de madeira, distribuída sobre uma oliveira que dá nome à rua, está reduzida, embora os que teimam em desconfinar não se importem de ficar de pé.
Guindalense
Escadas dos Guindais, 43 (Porto). 22 203 4246. Segunda a sexta, das 12h às 21h
Há 45 anos nasceu uma das coletividades mais carismáticas do Porto: o Guindalense. Situado nas escadas dos Guindais, um dos bairros mais emblemáticos da Sé, o clube mantém o espírito bairrista e as atividades culturais, mas, no futuro, quer reconstruir a sede e voltar ao desporto. A coletividade é dona de uma esplanada generosa com uma vista privilegiada sobre o rio Douro, a Serra do Pilar, a muralha fernandina e a ponte Luís I. Já foi visitada pelo primeiro-ministro e até por atores internacionais, é bastante concorrida nas noites de São João e ponto de encontro de estudantes universitários durante as tardes de sol. Há mesas de matrecos, um papagaio de estimação e cerveja da Madeira, a Coral, à venda. Ao contrário de outras associações da cidade, o Guindalense abre as portas gratuitamente a todos os que se quiserem sentar e pedir um fino, um prato de tremoços, um cachorrinho partido milimetricamente ou uma tosta mista com queijo a derreter pelas bordas, como manda a gula.
Torel Palace Porto
Rua de Entreparedes, 42 (Porto). 22 069 0559. Segunda a sexta, das 12h às 22h30
Se é fã de esplanadas de hotéis, onde o requinte e a discrição são dois ingredientes primordiais, então o Torel Palace Porto será uma boa paragem na sua rota. Este palacete do século XIX, convertido em hotel no ano passado, está repleto de frescos centenários retocados à mão nas paredes, bustos trabalhados e embutidos no teto de Luís de Camões, Alexandre Herculano, Aquilino Ribeiro ou Almeida Gerrett e uma claraboia gigante dá nas vistas no topo do edifício. O restaurante do hotel fica na antiga cozinha do palacete e a sua decoração é inspirada no livro “Ensaio Sobre a Cegueira” de José Saramago, já no Blind Terrace, zona exterior onde é possível fazer refeições ou simplesmente beber um copo, conte com paredes verdejantes, candeeiros imponentes e uma piscina para hóspedes. É neste ambiente tropical e romântico que até ao fim deste mês poderá experimentar o novo menu de primavera, que inclui pratos como o robalo do Atlântico com xerém – papa feita à base de farinha de milho – ervilhas e citronela ou o frango cozinhado a baixa temperatura com espargos, aipo e alho fermentado.
Pátio Bonjardim
Rua do Bonjardim, 400 (Porto). 22 200 2655. Segunda a sexta, das 10h às 18h30; sábado, das 10h às 13h
Esta esplanada é a prova viva que quem passa pelas casas típicas do Porto nunca imagina o que existe nas traseiras. Na loja BFG, fundada em 1990, não faltam ferragens exclusivas, de fabrico manual e feitas por medida, móveis vintage e objetos de decoração em segunda mão, mas basta subir uns degraus para descobrir um antigo armazém restaurado e convertido num pátio silencioso e acolhedor. Ali saltam à vista o painel de azulejos do século XX, a cama de rede e a decoração rústica, marcada por paredes em pedra e vasos suspensos no teto. Ao almoço o menu varia todas as semanas e na restante carta minimalista destacam-se as empadas salgadas de alheira e grelos, os crepes de bacalhau ou camarão, os timbales de frango ou de cogumelos com espinafres, mas também scones e bolos caseiros com combinações que refutam qualquer dieta: amêndoa e chila, iogurte com framboesas ou cenoura com cobertura de chocolate.
Habitat
Rua dos Olivais, 12 (Porto). 96 930 6188. Terça e sexta, das 10h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 13h
Há vários anos à frente do Reitoria, restaurante famoso pela carne e pelas focaccias, Frederico Azevedo sentiu, no verão passado, a necessidade de apostar num conceito diferente e escolheu uma casa antiga na zona da Cantareira, na Foz, para instalar o seu novo Habitat. Neste restaurante o fogo é o método de confeção mais popular, tal como a pegada da gastronomia asiática, mas em época de desconfinamento é a esplanada quem mais ordena. Nela poderá ver o rio, o elétrico a passar em direção à Ribeira e deliciar-se com a carta de brunch, disponível durante todo o dia. Arranque com os famosos ovos benedict com bacon, espinafres e molho hollandaise, uma fritata de cogumelos, pimentos e azeite de trufa ou o hambúrguer servido em pão brioche com compota de cebola, queijo cheddar e maionese de alho. Não faltam panquecas, muffins doces, taças de fruta e saladas de burrata, salmão ou opções vegan. Uma das especialidades da casa são as ciabattas, duas fatias de pão italiano achatado com rosbife, Portobello ou mortadela trufada dentro. Para brindar a dias melhores peça um dos smoothies com fruta e legumes ou vá mais longe e escolhe um dos cocktails com álcool.